Novo endereço: http://bragaciclavel.pt

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

A não perder: tertúlia sobre Mobilidade no Centro Histórico de Braga

Realiza-se amanhã, 5ª feira, dia 23 de outubro, às 21h00, no Edifício GNRation, uma tertúlia dedicada ao tema “Mobilidade no Centro Histórico de Braga: Algumas Propostas", organizada pela APRUPP - Associação Portuguesa para a Reabilitação Urbana e Proteção do Património.

É um dos temas mais marcantes da atualidade, e que tem tudo a ver com o que por aqui discutimos - a importância da mobilidade, sobretudo da mobilidade sustentável, para a melhoria da qualidade de vida e do bem estar das pessoas que vivem ou trabalham nesta cidade. Em representação do Braga Ciclável, estará presente como orador Mário Meireles. O painel de participantes, que será moderado por Daniel Miranda (APRUPP) inclui também Luís Macedo (CIM-Cávado), Alberto Manuel Miranda (FEUP), Miguel Bandeira (Vereador da Câmara Municipal de Braga) e José António Batista da Costa (TUB). Programa da Tertúlia sobre Mobilidade no Centro Histórico de Braga

Como o espaço na sala é limitado, é necessário fazer inscrição, utilizando o formulário que está na página do evento.

Inscrevam-se e apareçam. Vai valer a pena!

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Orçamento Participativo de Braga - Conheça e vote nas propostas que têm a ver com a bicicleta e os ciclistas


Na sequência da recolha de propostas que a Câmara Municipal de Braga já fez para o Orçamento Participativo, encontra-se a decorrer neste momento a fase de votação.

Das ideias apresentadas pelos cidadãos, foi aprovado um total de 94 projetos, que estão agora a ser sujeitos a votação pública, através do site do Orçamento Participativo. Os referidos projetos estão divididos em várias áreas, tendo sido selecionados 14 propostas da área de Trânsito, mobilidade e acessibilidades e 13 propostas da área de Equipamentos (melhoria ou reparação de equipamentos culturais, sociais, etc.).

Das 27 propostas apresentadas nestas duas áreas, destacamos 7 que estão diretamente relacionadas com a causa que defendemos neste espaço, a promoção do uso da bicicleta e o aumento da segurança dos peões e ciclistas. São elas:

  • OP15/PROJ-007 - Reabilitação da Av. Cidade do Porto
    "A Av. Cidade do Porto teve três faixas de rodagem. Para o conseguirem estreitaram os passeios, que mal permitem a circulação de duas pessoas lado a lado e eliminaram uma faixa exclusiva para ciclistas. Agora que ficaram apenas duas faixas, propõe-se equacionar um melhor aproveitamento das mesmas, com o consequente alargamento dos passeios existentes e, se possível, a criação de uma via clicável, com ou sem ligação à atual via clicável junto ao Rio Este."

  • OP15/PROJ-012 - Melhoria da segurança da Ciclovia da Variante da Encosta
    "Esta proposta prende-se na melhoria da segurança dos ciclistas que usam a Ciclovia da Variante da Encosta. Em muitas das zonas, a ciclovia está situada entre a estrada e locais de estacionamento, o que faz com que, quando os veículos querem entrar ou sair do estacionamento, interrompam a passagem aos ciclistas que possam estar a usar a ciclovia. Além disso, esta situação potencia o estacionamento em "2ª fila", obrigando os ciclistas a usarem a estrada principal.
    A proposta é simples, já que pretende apenas, nos locais onde existem estacionamentos, alterar o traçado da ciclovia para ficar sempre colada ao passeio, e puxando para trás os locais de estacionamento. "

  • OP15/PROJ-018 - Radares na Avenida Padre Júlio Fragata / Frei Bartolomeu dos Mártires
    "A via rápida desde o Bragaparque ao Continente esventra a cidade em duas partes, cria perigo para milhares de cidadãos, incómodo sonoro, poluição e pouco apelo ao passeio pedonal em toda a sua extensão. Propõe-se a instalação de radares fixos nas Avenidas Padre Júlio Fragata e Frei Bartolomeu dos Mártires."

  • OP15/PROJ-019 - Ligação Ciclável entre a UM e a Estação da CP
    "Intervenção nas Ruas Nova de Santa Cruz, D. Pedro V e S. Victor com a colocação de placas a permitir a exceção de velocípedes no sentido proibido (tal como já é feito em Matosinhos e em muitas cidades europeias) e pintar o símbolo da bicicleta no eixo de cada via em ambos os sentidos. Dar prioridade nesta ligação aos peões, aos ciclistas e aos TUB e táxis."

  • OP15/PROJ-029 - Estacionamento de bicicletas
    "Colocação de estrutura para estacionar bicicletas no largo em frente da Igreja dos Congregados, do lado oriental."

  • OP15/PROJ-037 - BragaBike
    "O BragaBike é um projeto que consiste na implementação do conceito de bicicletas partilhadas na cidade de Braga. Este conceito de bicicletas partilhadas é baseado num determinado número de bicicletas, que uma entidade (neste caso a Câmara Municipal de Braga) disponibilizará em vários locais da cidade e as pessoas mediante o seu registo e após aquisição de um cartão apropriado, poderão fazer uso dessas bicicletas.
    O BragaBike trará vários aspetos positivos com a sua implementação, por um lado a simples prática desportiva e os benefícios que isso apresenta para a saúde dos utilizadores e para a cidade com a redução da poluição. Por outro lado temos o fator turístico, visto que os visitantes da nossa cidade têm uma forte cultura de utilização da bicicleta. É uma forma de trazer um maior dinamismo ao turismo, uma vez que com o BragaBike os nossos visitantes poderão visitar a cidade de uma forma mais facilitada e assim ficar a conhecer melhor o nosso património histórico.
    Existe ainda outra importante vantagem a considerar, que é o fator económico. Uma vez implementado, o projeto BragaBike virá a ser um ativo financeiro para o Município. Através dos seus utilizadores, bem como através das empresas que irão pretender ter a sua publicidade no espaço destinado a isso nas bicicletas. Devido a este retorno económico é possível verificar que num período de tempo aproximadamente reduzido será possível cobrir todo o investimento que o BragaBike irá significar para a Orçamento participativo."

  • OP15/PROJ-094 - Intervenção nas Ciclovias
    "Uma vez que está a ser estudada uma rede de maiores dimensões, propõe-se as seguintes intervenções:
    1. Ciclovia ascendente e descendente em toda a Avenida Porfírio da Silva e Avenida 31 de Janeiro, ligando toda a zona pedonal à Escola Alberto Sampaio e à ciclovia do Rio Este - uma vez que os passeios são em asfalto, para esta ciclovia apenas é necessário pintar as linhas no chão;
    2. Ligação em via única do cimo da Av. Porfírio da Silva até à ciclovia do Picoto;
    3. Prolongamento da ciclovia do Rio Este em via única até aos campos da rodovia e até à ciclovia da encosta - contornando pelo lado norte o Instituto de Nanotecnologia, novamente através de pintura no chão;
    4. Ligação da Via Pedonal Ciclável do Rio Este ao à Avenida Central."



Consideramos estas propostas com valor. É bom ver que a comunidade aceitou o repto para uma reflexão sobre as questões que lhe dizem respeito e que a questão da mobilidade e da segurança rodoviária (incluindo a dos ciclistas) não ficaram esquecidas. Estas 7 propostas vão de encontro ao que vimos discutindo neste espaço, bem como ao conteúdo da Proposta para Uma Mobilidade Sustentável. Todas elas merecem os nossos votos. Esperamos que, independentemente do resultado da votação, o executivo camarário aproveite posteriormente algumas das que, por limitação processual, não venham a ser executadas no âmbito deste Orçamento Participativo, mas que ainda assim se revistam de valor para a cidade.

Convém recordar que cada pessoa registada só pode votar numa única proposta. Estes projetos encontram-se em votação apenas durante esta semana, até à próxima sexta-Feira, dia 3 de outubro.

Participe. Vote!

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Ciclistas caem ao Rio Este!

Soube hoje, numa conversa de rua, que já caíram ao Rio Este pelo menos dois ciclistas que faziam uso da "Via Pedonal Ciclável" durante as suas deslocações. Ao que parece, felizmente e por sorte, esses dois acidentes não terão tido consequências graves, apesar de as vítimas terem necessitado de ajuda para sair do rio. Mas o desfecho poderia ter sido bem pior, dada a profundidade que tem o leito do rio e o caudal que apresenta em determinadas alturas do ano!... Precipícios em ciclovia sem proteção - o perigo à espreita na via pedonal ciclável do rio este

A este propósito, não posso deixar de recordar o esforço que já tem sido feito, não só neste espaço, mas também noutros contextos e também por outras pessoas, para alertar a Câmara Municipal de Braga para a necessidade URGENTE de aplicar medidas efetivas de proteção da integridade física dos utentes daquela via. Faltam, em vários pontos, barreiras de proteção que ajudem a impedir quedas ao rio (cujo leito chega a ter alguns metros de profundidade), placas de sinalização, luzes, alargamento de vias, etc. Em momento oportuno, o atual presidente da CMB, Ricardo Rio, visitou a Via Pedonal Ciclável acompanhado de vários ciclistas, tendo tido a oportunidade de verificar no terreno alguns destes problemas, que se comprometeu a mandar corrigir.

Passado quase um ano desde essa visita, e passado também cerca de um ano desde que o atual executivo entrou em funções, seria de esperar que este tipo de acidentes já não acontecessem por inércia, digo negligência, da Câmara Municipal de Braga. Estaremos à espera que morra alguém ali para então se mandar apurar responsabilidades e, talvez, corrigir as referidas falhas de segurança?...

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Câmara Municipal de Braga adere à Semana Europeia da Mobilidade!

Braga volta a aderir, 9 anos depois, à 13ª Semana Europeia da Mobilidade que decorre entre 16 e 22 de Setembro, terminando, em grande, com o Dia Mundial Sem Carros!
Durante esta semana ocorrem diversos eventos ligados à Mobilidade. Em Braga vamos ter os dias todos preenchidos com algum evento, senão vejamos:

Terça-Feira, 16 de Setembro de 2014
10h Protocolo a assinar entre a CMB, os TUB e a CP (Quinta Pedagógica)

Quarta-Feira, 17 de Setembro de 2014
14h30 Assinatura de Protocolos “Linha do Hospital”
18h30 1º Desafio Modal de Braga e de Portugal

Quinta-Feira, 18 de Setembro de 2014
10h Assinatura de Protocolos “Campus Gualtar”
11h Ação Promocional na ES Carlos Amarante
14h - 17h30 Disponibilidade de carros e bicicletas da Escola Rodoviária – EB1 e EB2,3 (dos 8 aos 15 anos) na Praça do Município Inscrições: ambiente@cm-braga.pt
21h15 “Debate Mobilidade: Que futuro para Braga?” - Auditório da Junta de Freguesia de São Victor

Sexta-Feira, 19 de Setembro de 2014
10h30 Circuito Simulado e Percurso Urbano de Olhos Vendados - Avenida Central, junto ao Chafariz com a presença do Reciclónico dos TUB
21h30 Palestra sobre mobilidade – Ciclismo: Desporto, Recreação e Mobilidade/TUB e o futuro com a presença do ciclista profissional Rui Costa na BLCS
9h-12h30 Disponibilidade de carros e bicicletas da Escola Rodoviária – EB1 e EB2,3 (dos 8 aos 15 anos) Inscrições: ambiente@cm-braga.pt Praça Conde de Agrolongo

Sábado, 20 de Setembro de 2014
09h30 - 13h Caminhada e Visita Guiada por Espaços Verdes da Cidade com contextualização histórica, cultural e arquitetónica
14h30 - 16h Demonstração de trial bike e Passeio de bicicleta Inscrições: www.acm.pt e ambiente@cm-braga.pt
15h - 16h Animação nas ruas cortadas ao trânsito e zona pedonal
16h - 17h30 Bici-paper Inscrições: info@jovemcoop.com e ambiente@cm-braga.pt
17h30 - 24h00 II Gualtar Ciclável


Domingo, 21 de Setembro de 2014
11h Aventura pelo Ambiente – caminhada urbana, circular, a começar em Ponte Pedrinha, pelas 11h, com piquenique na lagoa dos Parques Desportivos da Rodovia
10h - 13h “Estradas com Vida” - realização de atividades desportivas, em espaço fechado à circulação automóvel: basquetebol, patinagem, aula de zumba... - Lamaçães
15h - 16h Animação nas ruas cortadas ao trânsito e zona pedonal
15hMobilidade elétrica: carros elétricos, segways e bicicletas – demonstração na Avenida Central
16h - 17h Avenida Central


Segunda-Feira, 22 de Setembro de 2014 - Dia Mundial sem Carros
Manhã Escolas vão pintar os abrigos da TUB que tenham grafitis
14h30 - 16h30 Seminário: “Mobilidade Para Todos”- Abordar a Mobilidade das Pessoas com Deficiência Visual em Braga, na Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva. Inscrições: braga@acapo.pt
21h30 Fórum “Cidade Acessível” Entrada livre na Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva


E muitos mais eventos, inaugurações e novidades para acompanhar durante a 13ª Semana da Mobilidade comemorada em Braga pelo Município!

De louvar ainda as medidas permanentes a que a CMB se propôs a criar e que estão presentes no site da Semana Europeia da Mobilidade:

Melhoria das infraestruturas cicláveis (estacionamentos, cacifos, etc)
Extensão ou criação de vias cicláveis verdes
Melhoria e extensão do serviço de transporte público (Serviços expresso, aumento de frequência, etc)
Criar rampas para cadeiras de rodas
Aumentar os passeios
Remover barreiras arquitetónicas
Sensibilizar para o uso Responsável do automóvel
Lançar Campanhas de sensibilização

Esperemos que venha para ficar a comemoração da semana da mobilidade e que sirva para sensibilizar as pessoas para as necessidades de alterações de paradigma por forma a tornar a cidade mais amiga dos peões e dos ciclistas.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

A Fnac vai por Braga a andar de Bicicleta!

No próximo sábado dia 6 de Setembro realiza-se o Fnac Fan Day. Durante todo o dia decorrerão diversos eventos, com diversas atividades e passatempos.

No final do dia, às 21 horas, haverá um passeio noturno em formato de cicloturismo denominado "FNAC FAN DAY – City Night Bike Tour". O Passeio partirá do centro da cidade, junto ao Turismo, e terá o acompanhamento de duas motos da PSP. Percorrerá 13 km das ruas da cidade e retornará ao centro, num percurso fácil e acessível a todos, mesmo os que não utilizam a bicicleta regularmente.

Para participar basta inscrever-se aqui e aparecer no dia um pouco antes das 21 horas. A Go By Bike associou-se a este evento e terá disponível bicicletas para emprestar aos inscritos que indicarem a sua necessidade.

Boas pedaladas a todos!

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Rede ciclável de Braga em destaque no jornal Público

O Público publicou esta segunda-feira, dia 26 de maio, uma interessante reportagem sobre os planos da Câmara Municipal de Braga para a nossa futura "rede ciclável". Vale a pena uma leitura atenta. Trata-se de uma mudança de paradigma, que nos leva a crer que estamos a fazer História.


A documentação a que o Público teve acesso são ainda, cremos nós, um trabalho em curso e refletem não só planeamento que vem sendo feito pela equipa da CMB, mas também o contributo dos utilizadores da bicicleta, que recentemente foram chamados a opinar sobre esses mesmos planos e sugerir possíveis alterações.

Das declarações do vereador do Urbanismo, Miguel Bandeira, destaca-se o objetivo de assegurar num futuro próximo que toda a cidade conte com uma via devidamente preparada para acolher em segurança e conforto quem se desloque de bicicleta, a uma distância máxima de 300 metros. É um bom ponto de partida, sobretudo se essa estratégia for devidamente complementada com medidas de efetiva acalmia de trânsito, sobretudo nas zonas residenciais.

É que, se em setembro do ano passado a promessa de 29km de ciclovias quase soava a campanha eleitoral e parecia um objetivo mais ou menos utópico, agora surge preto no branco o compromisso de investir na criação de uma rede ainda mais ambiciosa que forneça um contexto viário adequado para a utilização da bicicleta como meio de transporte. Fala-se agora em 76 km de vias "cicláveis", assim o permita o próximo quadro comunitário de apoio.

O importante é que, finalmente, todas as forças políticas de Braga despertaram para a necessidade urgente de devolver à população desta cidade ruas mais seguras, mais confortáveis e mais úteis, onde seja possível circular de forma segura em bicicleta. Depois de algumas décadas de investimento quase exclusivo em infraestruturas rodoviárias destinadas ao automóvel e restantes veículos motorizados, é uma lufada de ar fresco ver que a bicicleta começa a ser levada muito a sério no que se refere ao seu potencial de melhoria da qualidade de vida da população e de promoção do desenvolvimento local.

Ficamos também a saber, apesar da inesperada demora na resposta ao nosso email, que a Câmara Municipal se prepara para colocar as placas de sinalização que ainda faltam em praticamente todos os estacionamentos para bicicletas instalados no ano passado, e que está previsto para breve um aumento significativo no numero desses estacionamentos. Com o verão aí à porta, os novos estacionamentos virão mesmo a calhar! Venham eles!...

A reportagem traz-nos ainda um outro dado interessante, indicando que o número de utilizadores de bicicleta terá muito provavelmente quadruplicado em apenas três anos. Não nos surpreende, dado que todos os dias nos cruzamos com caras novas de pessoas que optam pela bicicleta como meio de transporte cá em Braga. Ninguém sabe ao certo quantos somos, mas somos muitos, e muitos mais do que se costuma pensar, e bem mais do que dizem os censos. Seja como for, mais importante do que o número de ciclistas que hoje temos nas ruas, é o número de pessoas que gostariam e poderiam passar a usar a bicicleta se fossem criadas melhores condições para tal, ou o número de ciclistas que Braga precisa de ter no futuro para garantir uma melhor repartição modal.

A reportagem do Público também está disponível na sua edição on-line, nesta página. O facto de ter sido partilhada diretamente pelo menos 226 vezes no Facebook, de ter recebido um número recorde de "likes" e ter vindo a ser repetidamente citada e comentada em blogues, fóruns e grupos on-line, parece-nos que demonstra claramente que as pessoas olham para a criação da rede ciclável com bons olhos.

Haja objetivos, haja vontade, e faremos certamente de Braga uma cidade bem melhor.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Ultrapassagens perigosas a ciclistas: a falta de educação e o tempo que demoramos a tirar um macaco do nariz

Rua D. Pedro V - estacionamento ilegal, ultrapassagens perigosas a ciclistas

Num destes dias, um dia como tantos outros, saio do emprego ao início da tarde para ir almoçar a casa com a minha esposa e a minha filha. A meio do caminho, na rua D. Pedro V, um automóvel decide ultrapassar-me a mim e a um outro ciclista que segue no mesmo sentido, sem assegurar a necessária distância lateral de segurança.

– Chegue-se para lá! Um metro e meio, é o que diz o Código, um metro e meio!... – disse eu para o condutor quando o carro se aproximou com vidro aberto.

Não consegui ouvir a resposta, mas vi que o passageiro ficou a rir-se de uma forma tal que, dado o contexto, tenho alguma dificuldade em descrever em termos muito simpáticos. Felizmente não houve nenhum acidente, o carro seguiu viagem e eu também segui viagem até casa, enquanto ruminava no sucedido.

Diz o Código da Estrada português (sim, estamos a falar do nosso Código da Estrada, o de Portugal, aquele que todos nós temos a obrigação de conhecer e cumprir quando andamos na estrada) o seguinte, a propósito das ultrapassagens:

Artigo 38º Realização da manobra

    1 – O condutor de veículo não deve iniciar a ultrapassagem sem se certificar de que a pode realizar sem perigo de colidir com veículo que transite no mesmo sentido ou em sentido contrário.

    2 – O condutor deve, especialmente, certificar-se de que:
    a) A faixa de rodagem se encontra livre na extensão e largura necessárias à realização da manobra com segurança;
    (...)
    e) Na ultrapassagem de velocípedes ou à passagem de peões que circulem ou se encontrem na berma, guarda a distância lateral mínima de 1,5 m e abranda a velocidade.

    (...)

    5 — Quem infringir o disposto nos números anteriores é sancionado com coima de € 120 a € 600.

Em abono da verdade, o referido condutor abrandou a velocidade. Onde falhou foi ao não manter uma distância lateral de segurança igual ou superior a 1,5m – que é necessária quando se ultrapassa um veículo de duas rodas, por vários motivos. O condutor e o passageiro que ia a rir-se à janela certamente não conheciam o Código da Estrada, ou não saberiam que uma ultrapassagem daquelas é perigosa e dá uma multa nada agradável para o automobilista em infração, que pode ir até aos 600 euros.

Ainda no mesmo dia, no mesmo local, tive de levar com um outro condutor impaciente. Teve a oportunidade de me ultrapassar mais atrás, onde a estrada era mais larga, mas por algum motivo que eu desconheço, esperou pelo trecho mais estreito (o que passa em frente à sede da AAUM) para se colocar a escassos metros da traseira da minha bicicleta, fazendo roncar o motor e apitando repetidas vezes. Com carros [ilegalmente] estacionados de ponta a ponta da rua, eu não tinha para onde me encostar. O que eu não faria – e nunca faço – era encostar-me a esses carros, arriscando levar na cara com uma porta que se abrisse de repente. Mantenho sempre, por isso, para minha proteção e para proteção dos que me rodeiam, pelo menos um metro de distância em relação aos carros estacionados. Quem vier atrás, que abrande e aguarde. Não custa nada e uns metros mais à frente já pode ultrapassar em segurança.

O perigo de circular encostado à direita junto a carros estacionados - Door zone / Zona de portas

Assim, aos roncos do motor e às apitadelas, respondi com uns bem mais simpáticos toques de campainha e segui viagem. Mas não pude deixar de pensar no ridículo da situação. Senão, vejamos.

O trecho estreito em questão tem uma extensão de cerca de 200 metros. A 50km/h (a velocidade máxima permitida dentro das localidades, incluindo ali), percorrer esses 200 metros demora cerca de 15 segundos. A uma velocidade de cerca de 25km/h (a que hipoteticamente circulará ali a maior parte dos ciclistas), faz-se em apenas 29 segundos. Estamos a falar de uma diferença de cerca de 14 segundos, que é como quem diz, bem menos de meio minuto. Ou dito ainda de outra forma, o mesmo tempo que gastaríamos a tirar um macaco do nariz, ou bem menos do que esperaríamos se ali houvesse um semáforo...

Será que por causa de uns meros 14 ou 15 segundos vale mesmo a pena demonstrar publicamente tamanha falta de educação e desconhecimento do Código da Estrada, em vez de simplesmente partilhar a via em segurança e cordialidade para com os seus vários utilizadores?

Respeite o ciclista - distância lateral de segurança ao ultrapassar, pelo menos 1 metro e meio

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Nova campanha contra atropelamentos parece esquecer aqueles que efetivamente atropelam

Foi esta semana lançada em Braga, com certa pompa, uma nova campanha de sensibilização contra os atropelamentos. A iniciativa insere-se na abertura oficial da Capital Jovem da Segurança Rodoviária e contou com a presença do ministro da Administração, Miguel Macedo, um certo senhor do ACP, etc. Mas será que o alvo da campanha foi bem escolhido?...

A face mais visível da campanha, ou pelo menos aquela que foi hoje noticiada nos jornais, é a pintura de um alerta junto às passadeiras:

Campanha contra atropelamentos - pintura em passadeira à porta de escola em Braga

"266 feridos em Braga por mês", recorda o letreiro, acrescentando ainda o slogan "Atenção, todos somos peões!".

Assim de repente, uma coisa que me faz uma certa "espécie", são os locais onde os avisos foram pintados: à entrada de passadeiras - local onde os peões devem passar sempre que possível e onde têm prioridade face a veículos. Ora, não faria tanto ou mais sentido dirigir essa mensagem a quem se desloca num veículo que tem efetivamente o poder de atropelar pessoas?...

Em vez de dizer aos peões, por outras palavras, qualquer coisa como "vocês parecem um bando de maluquinhos com tendências suicidas, vejam lá se vestem uma armadura com capacete e se desviam dos carros quando forem a atravessar nestas passadeiras!", não faria mais sentido apelar ao bom senso dos condutores e tornar mais visíveis as passadeiras em questão, com lombas, sinalização horizontal e vertical, luzes, etc.? Porque não lembrar os condutores que os seus veículos - quaisquer que eles sejam - são na verdade uma arma em potência e que por isso mesmo é sua responsabilidade usá-los de forma cautelosa, moderando velocidades, mantendo distâncias de segurança e parando para deixar passar peões e/ou ciclistas, conforme cada caso, e nos termos em que a isso obriga o Código da Estrada?

Parece que continuamos a praticar Prevenção Rodoviária pela velha escola, a da triste remediação, a do "desviem-se todos para deixar passar os carros, se não querem ser atropelados". A filosofia (e a prática daí decorrente) deveria ser outra, deveria ser de cariz efetivamente preventivo: moderação de velocidade, distâncias de segurança, condução atenta minimizando fatores de distração (telemóveis, anúncios publicitários excessivos, etc.), respeito pelas passadeiras e locais de atravessamento de ciclistas, respeito pelas regras de prioridade, condução sem álcool ou outras drogas no sangue, etc.

Só que essas mensagens, não adianta serem escritas nos locais onde se encontram as vítimas dos atropelamentos. Elas precisam de chegar a quem atropela, a quem corre o risco ou tem o poder de atropelar. Só assim se contribuirá para evitar que continuem a acontecer em Braga acidentes como um que eu presenciei há algum tempo, em que um automóvel com condutor distraído atropelou 3 pessoas de uma vez só, quando iam a passar numa passadeira. Ou como aquele que há uns meses feriu com alguma gravidade o Mário Meireles quando regressava a casa de bicicleta, devidamente posicionado na via e com a bicicleta devidamente iluminada. Ou como um outro acidente absurdo (os atropelametos são sempre absurdos, não são?) que no ano passado matou em Sta. Lucrécia de Algeriz o Sr. António Vieira quando se deslocava em bicicleta para os lados da Póvoa de Lanhoso cumprindo as regras de trânsito...

Não faltam exemplos tristes que nem gostamos de recordar. Há comportamentos de risco de parte a parte, mas o maior perigo, pelas leis da física, está no objeto mais pesado e que se desloque a uma maior velocidade. Logo, é aí que é preciso incidir em primeiro lugar. De outro modo, estaremos a ver o mundo ao contrário.


P.S. - A título de sugestão, deixamos aqui alguns slogans alternativos, usados numa manifestação recente, e que porventura resultarão em lemas talvez mais apropriados para futuras campanhas de Prevenção Rodoviária.

Basta de atropelamentos - Braga

Acalmar o tráfego é proteger as pessoas

Queremos cidades para as pessoas

terça-feira, 13 de maio de 2014

Condutor distraído atropelou ciclista na ciclovia de Lamaçães

Acidente na ciclovia de Lamaçães (Braga) - ciclista ferido

Por um membro do nosso grupo no Facebook, chega-nos a triste notícia de que ocorreu hoje mais um acidente em Braga, em plena ciclovia da Variante da Encosta (Lamaçães), de que resultou um ciclista ferido num pé e num pulso.

Não dispomos de informação muito detalhada mas, de acordo com os relatos de pessoas que disseram presenciar o lamentável sucedido, o ciclista estaria a contornar aquela rotunda (dentro da ciclovia), tendo sido nessa altura abalroado por um carro que entrava nesse momento na rotunda.

Sabemos que aquela é uma via que tem alguma tradição de "aceleras", em virtude de um fraco desenho em matéria de acalmia de trânsito, e que a referida ciclovia apresenta também alguns defeitos temos vindo a apontar e que urge corrigir. Uma melhor sinalização das passagens de velocípedes nas rotundas deve evidentemente estar no topo da agenda!

Ainda assim, vale a pena lembrar que, apesar de as condições não serem as ideais, o conhecimento e o cumprimento do Código da Estrada podem ajudar a prevenir muitos acidentes deste tipo.

Nomeadamente:

Artigo 25.º

Velocidade moderada

1 - Sem prejuízo dos limites máximos de velocidade fixados, o condutor deve moderar especialmente a velocidade:
a) À aproximação de passagens assinaladas na faixa de rodagem para a travessia de peões e ou velocípedes;
(...)
e) À aproximação de utilizadores vulneráveis;
(...)
h) Nas curvas, cruzamentos, entroncamentos, rotundas, lombas e outros locais de visibilidade reduzida;
(...)
2 - Quem infringir o disposto no número anterior é sancionado com coima de (euro) 120 a (euro) 600.


Artigo 31.º

Cedência de passagem em certas vias ou troços

1 - Deve sempre ceder a passagem o condutor:
(...)
c) Que entre numa rotunda.
3 - Quem infringir o disposto no n.º 1 é sancionado com coima de (euro) 120 a (euro) 600, salvo se se tratar do disposto na alínea b), caso em que a coima é de (euro) 250 a (euro) 1250.


Artigo 32.º

Cedência de passagem a certos veículos

(...)
3 - Os condutores devem ceder passagem aos velocípedes que atravessem as faixas de rodagem nas passagens assinaladas.
(...)
5 - Os condutores de velocípedes a que se refere o n.º 3 não podem atravessar a faixa de rodagem sem previamente se certificarem que, tendo em conta a distância que os separa dos veículos que nela transitam e a respetiva velocidade, o podem fazer sem perigo de acidente.
(...)
7 - Quem infringir o disposto nos números anteriores é sancionado com coima de (euro) 120 a (euro) 600.


Todos temos o dever de conhecer estas regras e zelar pela nossa segurança e pela dos que nos rodeiam na estrada, independentemente do tipo de veículo em que nos deslocamos em cada momento.

Desejamos ao ciclista as melhoras e que rapidamente possa voltar a pedalar por Braga.

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Passeio de Bicicleta Arco-Íris

No âmbito da preparação da II Marcha pelos Direitos LGBT, o coletivo Braga Fora do Armário organiza o Passeio de Bicicleta Arco-Íris, que decorrerá no próximo sábado, dia 10 de maio, a partir das 16h30. O passeio pelo centro da cidade de Braga terá início no Largo Carlos Amarante.

O coletivo Braga Fora do Armário convida todos a levarem a sua bicicleta e um(a) amigo(a) também. Quem não tiver bicicleta, não tem que se preocupar, pois a organização irá disponibilizar bicicletas, em parceria com a Bikezone. Se precisar de uma dessas bicicletas, deverá solicitar previamente a reserva no momento da inscrição, que é feita através do email bragaforadoarmario@gmail.com.

Para mais informações sobre este evento, poderão consultar esta página no Facebook.

terça-feira, 6 de maio de 2014

Dia Mundial da Bicicleta festejado em Braga

No sábado dia 19 de Abril, festejou-se o Dia Mundial da Bicicleta. Em Braga tivemos um evento, organizado pela JovemCoop e pela Go By Bike, que juntou 50 pessoas de bicicleta que, em várias equipas, percorreram a cidade à descoberta das histórias dos monumentos e sítios desta Braga que cada vez mais se quer ciclável.

Arrancou às 14h30 e teve passagem por 12 monumentos onde os participantes tinham que responder, com o auxílio de um texto, a algumas questões sobre aquele local.

Contou com a presença de todo o tipo de ciclistas urbanos, dos 8 aos 80.

Foi uma excelente iniciativa da JovemCoop que teve uma adesão forte e mostrou uma vez mais que os bracarenses são muito recetivos à bicicleta.

terça-feira, 29 de abril de 2014

Carta ao Vereador do Trânsito da CMB - Estacionamentos para Bicicletas em Braga

Na sequência de inúmeras mensagens que temos recebido de leitores do Braga Ciclável sobre esta questão, tomámos a iniciativa de dirigir, a 19 de abril de 2014, ao atual vereador do Trânsito da Câmara Municipal de Braga o seguinte email (ao qual aguardamos resposta).

 

Exmo. Sr.
Vice-Presidente da Câmara Municipal de Braga e Vereador do Trânsito,
Firmino Marques

No ano transato foram instalados 35 suportes de estacionamento para bicicletas do tipo Sheffield (em forma de U invertido) em 7 localizações distintas do centro da cidade de Braga.

Estacionamento para bicicletas em Braga, na Rua dos Chãos, (junto à Arcada)

Inicialmente, segundo informação da Câmara Municipal de Braga, estava prevista a instalação desses estacionamentos em mais de 30 localizações. Já no final do verão passado, foi-nos dito que afinal a fase inicial do plano de colocação de estacionamentos para bicicletas ficaria afinal reduzida a apenas 14 locais. Passaram entretanto vários meses e as restantes infraestruturas ainda não foram instaladas, sendo que elas fazem efetivamente falta. Essa necessidade pode ser comprovada no Mapa Braga Ciclável, onde aparecem centenas de fotos de bicicletas agarradas a postes de eletricidade, árvores e mobiliário urbano diverso, permitindo visualizar os locais onde a procura é maior e onde a oferta é ainda, na maior parte dos casos, inexistente. Com base nessa recolha que temos vindo a realizar, apresentámos recentemente à Câmara Municipal de Braga, representada pela arquiteta Fátima Pereira, um dossiê que incluía uma listagem de locais onde consideramos ser prioritária a colocação de estacionamentos para bicicletas.

Para além disto, é também de notar que, das 7 infraestruturas já instaladas, 6 delas ainda carecem da colocação de uma placa a informar que as mesmas se destinam ao estacionamento de bicicletas. As referidas infraestruturas possuem um poste para a instalação dos sinais de trânsito H1A complementado com o Modelo 11H.

Essas 7 localizações são:

  • Senhora-a-Branca (junto à Livraria Minho)
  • Rua dos Chãos (junto ao Banco de Portugal)
  • Largo Barão de São Martinho (junto à Brasileira)
  • Rua Dr. Gonçalo Sampaio (Shopping Santa Cruz)
  • Praça do Município
  • Praça Conde de Agrolongo (junto à igreja do Pópulo)
  • Avenida do Visconde de Nespereira (GNRation).

Nesta última (GNRation) já existe um sinal vertical a indicar que o estacionamento é para velocípedes.

Verificamos alguns problemas no estacionamento da Rua dos Chãos, que tem imensa procura (como pode ver na foto em anexo). Apercebemo-nos diariamente que, com a falta de sinalização, muitos condutores de motociclos utilizam indevidamente esta infraestrutura para estacionar, ocupando assim o espaço que é destinado a velocípedes (como também pode verificar em anexo). Como estas infraestruturas carecem de sinalização as autoridades também não podem atuar.

Estacionamento bicicletas rua dos chaos ocupado com motos

Estacionamento de bicicletas ocupado com motos em Braga

Ao ser colocada a necessária sinalização para os velocípedes, deve também ser estudada a criação de um local que satisfaça a procura de estacionamento nesta zona por parte de motociclistas.

Para além desta localização, encontramos ainda vários problemas no estacionamento da Rua Dr. Gonçalo Sampaio (Shopping Santa Cruz) com vários automóveis a estacionarem junto dos mesmos não permitindo o acesso de velocípedes ao mesmo.

Estacionamento bicicletas Shopping Santa Cruz em Braga

A acompanhar a sinalização, poderá ainda ser colocado um painel (segue também em anexo) a explanar a maneira mais segura para prender uma bicicleta, tal como é feito em Lisboa e noutras cidades europeias.

Bike roubos - aviso

Antecipadamente gratos pela atenção dispensada, subscrevemo-nos com os melhores cumprimentos.

Victor Domingos
Mário Meireles
(Braga Ciclável)

sexta-feira, 18 de abril de 2014

PSP já tem patrulhas de bicicleta em Braga!

A PSP de Braga já começou a patrulhar as ruas de Braga em bicicleta e Segway! O Braga Ciclável dá as boas-vindas a esta iniciativa, que esperamos ser para manter e alargar.

PSP Braga em bicicleta

Consideramos que as patrulhas em bicicleta podem ter um papel importantíssimo para o aumento da segurança rodoviária, de várias formas. Por um lado, a circulação e atuação destes agentes nas nossas ruas e estradas serão um contributo para sensibilizar e moderar o comportamento de alguns automobilistas (redução de velocidade, manutenção de distâncias de segurança, respeito pelas regras de prioridade, realização de manobras de ultrapassagem em segurança, etc.). Por outro lado, os agentes de bicicleta estarão em excelente posição para ajudar a formar bons hábitos de condução nos ciclistas menos experientes (utilização de luzes e refletores, ocupação da faixa de rodagem, cedência de prioridade a peões e respeito pelas regras de prioridade em cruzamentos, etc.). 

Todos temos a ganhar com esta nova modalidade de intervenção da PSP Braga. Sejam muito bem-vindos!


quarta-feira, 16 de abril de 2014

Dossiê apresentado à CMB (propostas para alteração da Rede Ciclável em estudo)

Conforme prometido, publicamos hoje os documentos que integraram o dossiê apresentado pelos ciclistas urbanos à Câmara Municipal de Braga, na última reunião.

A partir da rede ciclável proposta pela CMB e presente na revisão em curso do Plano Diretor Municipal, do Programa de Ciclovias Interurbanas do CÁVADO (estudo desenvolvido pelo professor António Perez Babo) e utilizando também os percursos fornecidos por 31 ciclistas urbanos (Mapa Braga Ciclável) e a experiência no terreno obtida pelo grupo de ciclistas que participaram na elaboração do dossiê, chegou-se a uma nova proposta com algumas pequenas, mas significativas alterações ao mapa inicial.

terça-feira, 15 de abril de 2014

Bici-Paper no centro de Braga - vamos lá pedalar?

Bici-Paper - Vamos pedalar na cidade de Braga

Este sábado, dia 19 de abril, realiza-se no centro da cidade de Braga um Bici-Paper, por iniciativa da JovemCoop em colaboração com a Go By Bike. Será uma excelente oportunidade para nos divertirmos e ao mesmo tempo ficarmos a conhecer melhor a nossa cidade!

Segundo a organização deste evento, a participação poderá ser feita individualmente ou criando uma equipa com o máximo de 5 elementos. Todos são bem-vindos, pelo que é sempre boa ideia levar alguns amigos e familiares. O ponto de encontro é o Largo da Senhor-a-Branca, às 14h30.

As inscrições são gratuitas e podem ser feita por email (ver aqui o cartaz oficial do evento), até 5ª feira, dia 17 de abril. Não há limite de idade, basta ter boa disposição e gostar de pedalar.

Vamos lá pedalar? ;-)

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Ciclistas discutem Rede Ciclável com Câmara Municipal de Braga

Ciclistas urbanos discutem Rede Ciclável com Câmara Municipal de Braga No seguimento da Proposta Para Uma Mobilidade Sustentável, decorreu esta quinta-feira, dia 10 de abril, pelas 17 horas, em Braga, uma reunião com a Câmara Municipal de Braga, para apresentação de um conjunto de sugestões de alteração ao mapa da rede ciclável para a cidade de Braga que se encontra em fase de planeamento. Nesta reunião, estiveram presentes, em representação dos cidadãos utilizadores de bicicleta, Rómulo Duque (Encontros com Pedal) e Mário Meireles (Braga Ciclável). A equipa municipal esteve representada pela arquiteta Fátima Pereira, assessora de Miguel Bandeira, vereador responsável pelos pelouros do Património, Urbanismo, Regeneração Urbana, Planeamento e Ordenamento, pelo arquiteto Octávio Oliveira, chefe da divisão de Planeamento Urbanístico do Município, e pelo geógrafo Nuno Jacob, Técnico Superior de Planeamento.

Na sequência de contactos que vêm sendo realizados regularmente ao longo dos últimos dois anos, a autarquia convidou os utilizadores de bicicleta a analisarem o trabalho, ainda em curso, de planeamento da futura rede ciclável para a cidade de Braga e a sugerirem eventuais alterações ou melhoramentos, e assim contribuírem com a perspetiva de quem já usa regularmente a bicicleta como meio de transporte.

Foi defendido que a rede ciclável prioritária deve ser a que vai servir as pessoas que usam ou que pretendem usar a bicicleta como meio de transporte e foram mostrados alguns dos benefícios da aposta na bicicleta. Foram apresentados exemplos de cidades com orografias (São Francisco, Berna, Basileia, Trondheim) e climas (Abu Dhabi, Copenhaga, Cambridge, Berna, Ferrara) bem mais adversos que os de Braga e onde a aposta na bicicleta – que foi efetuada inicialmente na parte plana dessas mesmas cidades – é, já hoje, um enorme sucesso. Foram demonstrados vários casos do nosso país e de outras cidades a nível mundial onde foram implementadas medidas eficazes, como a partilha de zonas pedonais com os ciclistas, zonas de coexistência, faixas cicláveis, vias cicláveis, as formas de resolução dos pontos de conflito (cruzamentos, paragens BUS, rotundas), e também diversos exemplos de ruas com sentido proibido para tráfego automóvel, mas permitido para bicicletas, entre outros. Foram ainda apresentadas soluções inteligentes para vencer desníveis, para estacionar a bicicleta em segurança e para compatibilizar a bicicleta com o autocarro. Foi recordado a excelente relação custo-benefício recentemente obtida com implementação de uma rede de 400 km de faixas cicláveis protegidas em Nova Iorque. Para finalizar, foram apresentados os critérios básicos a serem seguidos para a escolha do tipo de vias a implementar em Braga, tendo em conta, por exemplo, o parâmetro V85 que contabiliza a velocidade média de 85% dos veículos que passam numa determinada via, para assim definir qual o tipo de via ciclável mais adequada ao local de modo a garantir a segurança de todos os utentes da via, incluindo os ciclistas.

A partir da rede ciclável proposta pela CMB e presente na revisão em curso do Plano Diretor Municipal, do Programa de Ciclovias Interurbanas do CÁVADO (estudo desenvolvido pelo professor António Perez Babo) e utilizando também os percursos fornecidos por 31 ciclistas urbanos (Mapa Braga Ciclável) e a experiência no terreno obtida pelo grupo de ciclistas que participaram na elaboração do dossier, chegou-se a uma nova proposta com algumas pequenas, mas significativas alterações ao mapa inicial.

Proposta de alterações dos ciclistas à Rede Ciclável em fase de planeamento para a cidade de Braga

Os representantes da CMBraga mostraram-se bastante satisfeitos com a proposta apresentada, tendo mesmo existido consenso quanto às alterações efetuadas.

Mário Meireles, colaborador do blog Braga Ciclável, está convicto de que a aposta na bicicleta "é a solução certa para uma cidade inteligente, sustentável, próspera e amiga das pessoas". Desta reunião resultou a conclusão de que a aposta de uma rede ciclável direta, segura e confortável deverá começar prioritariamente na cidade plana, ou seja, num retângulo delimitado a este por S. Pedro de Este, a oeste por Ferreiros, a norte pelas Infias e a sul pelo Picoto e pelos três montes sacros. "Nesta Braga plana habitam mais de 100 mil bracarenses", salientou. "É nela que estão os jovens, que está o conhecimento (Universidade do Minho e Universidade Católica), estão as escolas secundárias, estão os principais polos de comércio (Centro Histórico, Braga Parque e vale de Lamaçães) e está uma forte indústria (Bosch, Ideia Atlântico, Grundig)". Para além de toda a sua potencialidade, é aí que está a procura: "num curto espaço de tempo recolhemos os percursos de 31 ciclistas urbanos de Braga e foi-nos, assim, possível traçar desde já eixos prioritários."

Victor Domingos, fundador do blog Braga Ciclável, que apesar de não ter estado presente nesta reunião acompanhou sempre de perto o processo de elaboração dos documentos agora apresentados, não tem dúvidas em afirmar que “este é um momento histórico para a cidade de Braga”. “É provavelmente a primeira vez na história desta cidade", afirmou, "que os utilizadores da bicicleta são consultados para ajudar a delinear uma rede viária útil, abrangente, confortável e segura para quem deseja usar este meio de transporte nas suas deslocações diárias".

Brevemente, publicaremos aqui no Braga Ciclável o dossiê apresentado, que ficará disponível para consulta em mais detalhe.

domingo, 30 de março de 2014

sábado, 1 de março de 2014

A Massa Crítica ganha força em Braga

Ontem realizou-se a primeira Massa Crítica de 2014 em Braga, e com uma participação agradável! É bom ver que a adesão vai aumentando.

Acabamos com o compromisso de no dia 28 de Março aparecermos todos e levarmos pelo menos um amigo novo ;) E assim a massa crítica de Braga vai crescer. Vens?

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Ciclistas urbanos reuniram com Câmara Municipal de Braga

No seguimento da Proposta Para Uma Mobilidade Sustentável, decorreu esta terça-feira, dia 18 de fevereiro, pelas 17 horas, em Braga, uma reunião com o novo executivo da Câmara Municipal de Braga, para discussão de medidas de promoção e apoio ao uso da bicicleta como meio de transporte na cidade de Braga.

Nesta reunião, estiveram presentes, em representação dos cidadãos utilizadores de bicicleta, Antony Gonçalves e Rómulo Duque (Encontros com Pedal), Victor Domingos e Mário Meireles (Braga Ciclável). A equipa municipal esteve representada pelo arquiteto Octávio Oliveira, chefe da divisão de Planeamento Urbanístico do Município e pela arquiteta Fátima Pereira, assessora de Miguel Bandeira, vereador responsável pelos pelouros do Património, Urbanismo, Regeneração Urbana, Planeamento e Ordenamento.

Ciclistas urbanos de Braga reuniram com Fátima Pereira e Octávio Oliveira, da Câmara Municipal de Braga

Na sequência de contactos realizados ao longo dos últimos dois anos, esta reunião teve como objetivo principal propor algumas alterações à regulamentação municipal e outras medidas facilmente exequíveis a curto prazo, por forma a melhorar as condições de estacionamento e de circulação em segurança para os ciclistas na cidade de Braga.

O número de ciclistas vem aumentando gradualmente ao longo dos últimos anos, e pode vir a aumentar consideravelmente nos tempos que se avizinham. Tal aumento é desejável, na medida em que contribui para uma melhor qualidade de vida dos cidadãos (a bicicleta é um meio de transporte mais saudável, menos poluente, mais económico e mais rápido, sobretudo nos percursos até cerca de 5 km), pelo que deve ser incentivado de forma inequívoca através da criação de vias cicláveis, sobretudo nos percursos de cariz utilitário.

Nesta reunião foram apresentadas algumas sugestões de medidas práticas para tornar Braga uma cidade com melhores condições para o uso da bicicleta como meio de transporte. Pretende-se que, a curto ou médio prazo, os bracarenses e todos aqueles que visitam a cidade de Braga possam sentir a necessária segurança para poderem livremente usufruir das vantagens deste meio de transporte mais económico, mais saudável e mais amigo do ambiente.

Reunião dos ciclistas urbanos de Braga com Fátima Pereira da câmara Municipal de Braga

O conteúdo do dossiê agora apresentado vem aprofundar e concretizar algumas das medidas que faziam parte da Proposta para Uma Mobilidade Sustentável e inclui, entre outras, as seguintes sugestões devidamente detalhadas:

  • Regulamento do controlo de velocípedes na área pedonal da cidade Braga;
  • Regulamento do controlo de velocípedes em vias reservadas aos transportes públicos;
  • Estacionamentos para Bicicletas:
    • Sinalizar devidamente os estacionamentos “Sheffield” já existentes,
    • Implementar requerimentos de instalação de estacionamento de bicicletas CMB junto de instituições e estabelecimentos comerciais,
    • Regulamento para o estacionamento de bicicletas,
    • Instalação de novos estacionamentos nas localizações já identificadas como sendo mais procuradas pelos ciclistas;
    Regulamento para a criação da rede ciclável quotidiana;
  • Sistema de partilha de bicicletas e multimodalidade;
  • Educação Rodoviária;
  • Campanhas.

Segundo Fátima Pereira, “esta é a atitude que pretendemos estimular em Braga. É importante que as organizações, as instituições e as associações estejam em estreita comunicação com a autarquia e sejam agentes ativos na construção das políticas do município e na definição dos projetos para a cidade”. Aquela responsável acrescentou ainda que “o conhecimento produzido entre a autarquia e este grupo de cidadãos é certamente uma mais-valia na definição de uma proposta para a mobilidade ciclável em Braga. Esta será a forma deste executivo agir e intervir”.

Abordou-se ainda a rede ciclável proposta pela CMB e presente na revisão em curso do Plano Diretor Municipal, e o Programa de Ciclovias Interurbanas do CÁVADO (estudo desenvolvido pelo professor António Perez Babo), cujas plantas foram apresentadas e explicadas pelo Arq. Octávio Oliveira.

Para a arquiteta e assessora do pelouro “será importante contar, num futuro próximo, com os pareceres do Braga Ciclável e dos Encontros Com Pedal, na sua qualidade de utilizadores da bicicleta como meio de transporte, com o objetivo de ajustar as medidas a implementar às reais necessidades dos cidadãos. Só assim iremos ao encontro desta realidade e asseguramos que os investimentos não são desajustados face à realidade da cidade como aconteceu no passado.”

O dossiê hoje apresentado está disponível para consulta e será também entregue às diversas forças políticas com assento na Assembleia Municipal.

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Diz que era uma espécie de ciclovia, mas é uma bandalheira...

Problemas na ciclovia da variante da encosta em Braga

De cada vez que tentamos dar algum uso à nossa malograda Ciclovia da Variante da Encosta, acabamos por sair de lá com uma dor de cabeça a mais e com a revolta de, ao fim de todos estes anos, ainda ninguém ter feito nada para resolver aquela bandalheira.

O piso vermelho já desapareceu em vários pontos da ciclovia.

Os lugares de estacionamento automóvel foram erradamente colocados, de forma que os carros precisam de atravessar a faixa de rodagem dos ciclistas para estacionar ou, tanto ou mais perigoso, para saírem do seu estacionamento em marcha-atrás.

Todos os dias, a várias horas do dia, há vários carros estacionados em segunda fila (que é como quem diz, a ocupar a ciclovia), até mesmo quando há lugares vazios a poucos metros de distância. Alguém já assistiu ou ouviu alguma vez a história de algum desses automobilistas ter sido multado ou repreendido por agentes de autoridade?...

Para quando a construção de uma ciclovia em Braga, que seja útil, segura e funcional, e cuja função real não se resuma à criação de uma falsa percepção de segurança nos seus utentes?

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

PSP de Braga vai patrulhar as ruas em Segway e bicicleta, já a partir deste ano

PSP de Braga vai ter patrulhas em bicicleta e Segway a partir da primavera

O "Projeto de Policiamento Velocipédico e Segway" vai arrancar já este ano, a partir da primavera, de acordo com as notícias publicadas hoje nos nossos jornais locais.

A PSP de Braga vai receber 2 veículos de transporte unipessoal da conhecida marca Segway (patrocinados pela Câmara Municipal) e 4 bicicletas, para melhorar a mobilidade dos seus agentes e substituir as viaturas que costumam circular nas zonas pedonais e comerciais. Espera-se com esta iniciativa contribuir para uma maior proximidade da PSP com a população de Braga e um aumento da percepção de segurança.

De acordo com as notícias que hoje circularam no Diário do Minho e no Correio do Minho, a fase inicial do projeto de policiamento em Segway e bicicleta inclui duas zonas. A zona 1 incluirá a Estação de comboios e a Central de Camionagem. A zona 2 engloba uma área mais vasta, que vai desde as instalações da PSP, passando pelo centro, até ao Braga Parque e Universidade do Minho (Campus de Gualtar). Ou seja, ficará coberto por este policiamento uma das zonas mais utilizadas diariamente pelos nossos ciclistas (Avenida Central, Rua D. Pedro V, Avenida Padre Júlio Fragata, Rua Nova de Santa Cruz... O presidente da CMB, Ricardo Rio, esteve em visita à PSP e, juntamente com falou aos jornalistas sobre a elaboração da Câmara com aquela entidade neste projeto:

É, pois, com grande agrado que recebemos esta notícia! Sempre defendemos que não fazia sentido as nossas forças policiais circularem de carro pela zona pedonal e desperdiçarem as oportunidades oferecidas por outros meios de transporte. Não só pelos custos que isso implica para as contas públicas, mas também, e sobretudo, pela pouca eficácia que o carro oferece nessas zonas da cidade. A bicicleta, com os seus custos de aquisição e manutenção reduzidíssimos e com a sua capacidade de chegar rapidamente a todo o lado, será certamente um excelente novo aliado para as forças que asseguram a segurança pública. Quanto aos veículos Segway, que apesar do preço bastante elevado têm a vantagem de serem bem mais económicos que o carro em termos de consumo e bem menos poluentes em termos de emissão de gases e produção e ruído, darão à cidade de certa forma um "colorido" mais moderno e simpático...

Estamos certos também de que estas novas patrulhas em bicicleta terão um papel decisivo para o aumento da segurança dos ciclistas na cidade de Braga. Não só contribuirão para uma maior consciencialização dos automobilistas relativamente à correta partilha da via com os utilizadores de bicicleta (distâncias de segurança, velocidades, regras de prioridade em rotundas e cruzamentos, ultrapassagem em segurança, etc), como também, aqui e ali, poderão sensibilizar os ciclistas para as regras do Código da Estrada e outras medidas de segurança importantes (circular na faixa de rodagem da direita, evitar usar passeios estreitos, usar luzes e refletores, respeitar os semáforos, etc.).

E não podemos deixar de lançar uma sugestão ou desafio à PSP de Braga. E que tal se aproveitássemos este ano em que Braga é Capital Jovem da Segurança Rodoviária e em que a PSP dá início às patrulhas em bicicleta para, em parceria com as escolas da cidade, serem realizadas ações de formação (dirigidas a alunos e professores) sobre o uso da bicicleta como meio de transporte, demonstrando as suas vantagens e ensinando algumas das regras básicas de circulação na estrada?

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Revisão do PDM de Braga - algumas notas de interesse

No passado dia 18 de janeiro, realizou-se no auditório do Parque de Exposições de Braga, uma Sessão Pública de apresentação e exposição do processo de revisão do PDM de Braga. Essa sessão, que era aberta aos munícipes e, de um modo geral, a todos os intervenientes pelo futuro do ordenamento do município, foi bastante concorrida e participada.

A sessão teve dois momentos principais. Numa primeira fase, foi feita uma apresentação de alguns estudos e da proposta de revisão do PDM que está em cima da mesa (diapositivos disponíveis aqui). Seguiu-se depois um período em que o público teve a oportunidade de colocar questões ou lançar sugestões relativas ao PDM.

Dos vários temas que foram abordados, a "Proposta de Acessibilidades, Transportes e Mobilidade" era sem dúvida um dos tópicos que mais nos interessava conhecer e discutir. Vejamos um pouco do que por lá se falou. Revisão do PDM Braga 2014 - Transportes e Mobilidade

Estudos de caraterização e diagnóstico da rede viária

Proposta de implantação da “Circular Exterior”, um conjunto de variantes à volta da periferia da cidade com o objetivo de oferecer uma alternativa ao atravessamento da área urbana. Por outras palavras, com o objetivo de reduzir o trânsito dentro da cidade, fazendo circular por fora da cidade aqueles veículos que já lá não parariam de qualquer modo. Isso permitiria, em princípio, tornar uma boa parte da cidade mais “urbana” e mais amiga de peões e ciclistas.

Do traçado apresentado, pareceu-nos que entre as zonas que sairiam mais beneficiadas por essa redução do tráfego automóvel estariam a Av. Padre Júlio Fragata (Braga Parque, Enguardas), toda a rodovia desde as piscinas até à zona do Fojo. Ao mesmo tempo, isso abre portas a que seja retomada sem desníveis, sem passagens aéreas nem túneis nem elevadores, nem quaisquer outras complicações desnecessárias, a ligação milenar entre a Rua Nova de Santa Cruz e a Rua D. Pedro V, que se reveste de particular importância não só para peões e ciclistas, mas também para os nossos transportes públicos.

Estudo da repartição modal: que meios de transporte usam os bracarenses, segundo os censos?

Cumpre esclarecer que, até 2001, os censos não distinguiam entre a utilização de bicicleta ou motociclo, pelo que os respetivos valores foram neste caso abordados em conjunto. Mesmo assim, o resultado é algo que não pode deixar de envergonhar a cidade mais jovem de Portugal. Revisão do PDM Braga 2014 - transportes e mobilidade - repartição modal

Em apenas uma década, dos censos de 2001 para os de 2011, a utilização de veículos de duas rodas (motociclos e bicicleta) terá caído cerca de 32% (passando de 1,185% para apenas 0,684% das deslocações realizadas). Ao mesmo tempo, outro dado que nos envergonha é a redução acentuada no uso do autocarro e do transporte coletivo. Igualmente grave é a redução das deslocações pedonais, que também caiu cerca de 30%. Houve um modesto aumento no uso do comboio e um aumento que poderemos considerar brutal (43,5%) no uso do automóvel ligeiro, tanto na qualidade de passageiro como na de condutor.

Como alguém na mesa comentou, são números que de alguma forma vão contra aquilo que seria de esperar face à tão falada crise. Mas, acrescentaríamos nós, são números que espelham bem aquilo que tem sido a aposta da cidade em termos de políticas de mobilidade, habitação e emprego. É sintomático que apenas 15% da população de Braga use os transportes públicos, como é sintomático que apenas uma minoria (que quase parece nem ser representável através destes números) use a bicicleta como meio de transporte nas suas deslocações diárias.

Mais ainda quando sabemos que, de acordo com um estudo dos TUB, datado de 2007, grande parte das deslocações de carro dentro do concelho de Braga são realizadas dentro do centro urbano, em distâncias muito curtas (menos de 5km) e em zonas praticamente planas ou com desníveis fáceis de vencer (por exemplo, entre Cividade, Maximinos, S. João do Souto, S. Lázaro, S. Vicente, S. Vítor e Sé). Nesse mesmo inquérito, o custo médio mensal estimado para o uso do automóvel em Braga (que incluía 91,34€ de combustível, 7,59€ de parqueamento e 24,57€ manutenção) era de 148,92 euros (ou seja, um terço do salário mínimo). Estes valores valem o que valem (e nada melhor do que uma visita ao AutoCustos.com para saber o verdadeiro valor da despesa em cada caso concreto), mas dão para perceber que a aposta na promoção do uso dos transportes públicos e dos meios suaves rapidamente se traduziriam em ganhos significativos para os bracarenses em termos do seu poder de compra.

Proposta de Rede de Percursos e Corredores Cicláveis

Foram apresentados alguns objetivos gerais que, pela sua importância programática, não resistimos a transcrever:

  • Promover a utilização quotidiana da bicicleta como um modo de deslocação sustentável, alternativo ao transporte individual, devidamente integrada no sistema de transportes públicos coletivos e promover a interligação com a rede de transportes.
  • Potenciar ligações à rede escolar, equipamentos desportivos, culturais, de lazer, com o património e a estrutura ecológica.
  • Contribuir para a requalificação do espaço público.
  • Delinear uma política de integração efetiva da bicicleta como modo suave de deslocação.
Revisão do PDM Braga 2014 - transportes e mobilidade - rede de percursos e corredores cicláveis

Ao mesmo tempo, era mostrado por instantes um mapa cujos detalhes não foi possível perceber, mas que, ao que parece, será baseado naquele que havia sido já apresentado em julho de 2013: Mapa PDM Rede Ciclável Braga 2013


Foi com agrado que ouvimos a arquiteta Filipa Corais afirmar que era preciso apostar num novo paradigma de construção e reabilitação da cidade dando primazia aos peões, aos ciclistas, aos transportes públicos e só depois ao veículo individual. É essa a perspetiva que por aqui subscrevemos e que um pouco por todo o mundo desenvolvido se vem promovendo na atualidade.

Gostaríamos imenso de ter ouvido pelo menos tantos detalhes referentes à questão da mobilidade como os que ouvimos em relação à distribuição das áreas agrícolas e solos urbanos. À falta de mais informações pormenorizadas, não nos é possível tecer grandes comentários sobre as soluções a adotar na implementação dessa rede ciclável. É de saudar contudo que, finalmente, a cidade de Braga reconheça publicamente a importância da bicicleta para o seu desenvolvimento económico e para a melhoria da qualidade de vida dos seus cidadãos. É um primeiro passo para que alguma coisa mude efetivamente para melhor.

Ainda assim, ficou a faltar nos objetivos algo mais concreto, por exemplo, estipular que nos próximos 5 ou 10 anos o objetivo seria que pelo menos 5% ou 10% das deslocações dentro do concelho fossem feitas em bicicleta. Ou que pelo menos 50% fossem feitas em transportes públicos. Sem metas claras para cumprir, como saberemos avaliar, dentro de uns anos, até que ponto a execução deste PDM estará a ser bem ou mal sucedida?

Estacionamento

Ainda no capítulo da mobilidade, houve um diapositivo quase insólito, que por momentos pareceu contradizer os objetivos de que haviam sido propostos para a rede ciclável. Como é possível falar em pelo menos 1 lugar de estacionamento (automóvel, claro) por cada 2 habitações? Talvez fizesse algum sentido, numa lógica de promoção da utilização de outros meios de transporte, seguir o exemplo de outras cidades e países da europa (Zurique, Amesterdão, Estrasburgo...) e incluir um limite máximo de lugares de estacionamento por cada X habitações. É que, fazendo as contas, e a menos que estejamos a falar sobretudo de garagens e parques privativos, convém lembrar que a cidade de Braga não tem sequer área suficiente para albergar tanto carro na via pública... Revisão do PDM Braga 2014 - Transportes e Mobilidade - Estacionamento

Contrariamente ao que por vezes se tenta fazer pensar, mais carros não significa mais prosperidade e mais qualidade de vida. Veja-se o exemplo da cidade americana de Detroit, que costumava ser designada como "Motor City", pelo número de automóveis que albergava e produzia. A cidade cresceu e organizou-se em função do automóvel até ao ponto em que... acabou por falir.

E como é possível que nem por um momento se fale no número de lugares de estacionamento para bicicletas por cada X habitações? Esse não deveria igualmente ser um dos objetivos a constar neste PDM, dado que praticamente não existe estacionamento adequado para bicicletas na cidade de Braga? Foi o que se fez por exemplo em Almada, cujo Regulamento Urbanístico estipula que as operações urbanísticas de construção, reconstrução, alteração e ampliação, devem prever a existência de "espaços cobertos para parqueamento de bicicletas, de fácil acesso, de modo a promover a utilização eficaz da bicicleta e evitar o seu furto e deterioração". Nesse mesmo regulamento (a parte mais interessante do referido regulamento está no artigo 78º), constam algumas normas que especificam como devem ser implementados esses estacionamento, incluindo os requisitos técnicos para cumprirem a função a que se destinam, a proporção de estacionamentos face ao número de utentes ou tipo de habitação, etc. É um excelente exemplo, que pode e deve ser copiado, adaptado e aprofundado por cidades como Braga. Vamos a isso? :-)

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Revisão do PDM de Braga - Sessão Pública de apresentação e discussão

A Câmara Municipal de Braga realiza este sábado, dia 18 de janeiro, às 14:30h, no auditório do Parque de Exposições de Braga, uma Sessão Pública de apresentação e exposição do processo de revisão do PDM de Braga. Essa sessão será aberta aos munícipes em geral, bem como a todos os intervenientes pelo futuro do ordenamento do município.

Cartaz Sessão Pública de Apresentação, Exposição e Discussão do Processo de revisão do PDM de Braga

A organização deste evento carateriza-o como “um importante ato de cidadania e de participação na estratégia de desenvolvimento de Braga". A revisão do PDM, que servirá de base ao ordenamento do território da cidade (por exemplo em termos de áreas urbanizáveis, espaços verdes e rede viária) para os próximos anos, é sem dúvida uma oportunidade fundamental para assumir um compromisso sério, determinado e concreto no sentido da construção de uma cidade mais voltada para as pessoas, com uma aposta clara na promoção de políticas de mobilidade sustentável.

Assim, a vossa participação é muito importante. Apareçam (a pé, de bicicleta ou em qualquer outro meio de transporte que vos dê jeito nesse dia) e participem no debate!

 

PROGRAMA

14:00 h – Abertura da Exposição da Revisão do PDM de Braga

14:30 h – Abertura da Sessão Pública do Processo de Revisão do PDM de Braga

  • Dr. Ricardo Rio (Presidente da Câmara Municipal de Braga)
  • Prof. Dr. Miguel Bandeira (Vereador dos pelouros da Regeneração Urbana, Património, Ligação à Universidade e Planeamento, Ordenamento e Urbanismo, da Câmara Municipal de Braga)

15:00 h – Painel I – Enquadramento do Processo

15:20 h – Painel II –Caracterização e Diagnóstico

15:45 h – Painel III – Proposta de Ordenamento

16:20 h – Painel IV – Avaliação Ambiental Estratégica

16:30 h - Debate

17:30 h - Encerramento

  • Dr. Ricardo Rio (Presidente da Câmara Municipal de Braga)