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sábado, 31 de março de 2012

Rua D. Pedro V está a precisar de uma regeneração…

Cadeira de rodas, na rua D. Pedro V

Por várias vezes, ao passar de bicicleta pela Rua D. Pedro V, tenho assistido a algo que me incomoda profundamente. Os passeios deixam muito a desejar e é frequente os peões terem de se desviar para a faixa de rodagem, devido à largura insuficiente e/ou ao piso irregular do passeio.

A situação é preocupante porque implica um risco aumentado de acidentes com peões. Mas é particularmente grave o facto de suceder com alguma regularidade (tal como tive a oportunidade de registar nesta foto) com os utilizadores de cadeiras de rodas e quem tem de transportar carrinhos de bebés.

Ao longo de praticamente toda a extensão desta via, há lugar para estacionar gratuitamente automóveis, à vontade (embora nem sempre de forma legal). No entanto, parece que falta espaço nesta rua para criar passeios com melhores condições. Serão os automóveis mais importantes do que as próprias pessoas?...

Ciclistas Urbanos em Braga #19

Ciclistas Urbanos em Braga

O Bruno começou há cerca de um mês a ir de bicicleta para o trabalho. Entre os percursos que faz habitualmente, destaca-se a famosa rota da Rua D. Pedro V, entre a zona da Gulbenkian e o centro da cidade.

Nota:

Como já vimos afirmando com certa regularidade, a Rua D. Pedro V é uma das principais vias de circulação de ciclistas em Braga, que precisa de algumas pequenas adaptações no sentido de melhorar a segurança para peões (ainda há dias vi uma cadeira de rodas a circular na faixa de rodagem, por não conseguir ir pelo passeio, e todos os dias vejo peões a caminhar na faixa de rodagem, porque o passeio é estreito demais), para ciclistas (no mínimo, sinalização horizontal e vertical em ambos os sentidos, a autorizar a circulação e a avisar da presença de ciclistas).

Seria importante melhorar o piso no trecho entre a Junta de Freguesia de São Vítor e a Avenida Central (zona do Largo Senhora-a-Branca). As ruas de paralelo são uma desgraça para a mecânica das bicicletas, e um veneno para as articulações dos ciclistas…

Falta também, atualmente, neste ponto, uma ligação mais lógica para o percurso de que vem de bicicleta. Alguns ciclistas vão de bicicleta até à passadeira que está logo antes do cruzamento com a Rua do Sardoal, e atravessam aí para a parte pedonal da Av. Central; outros atravessam nas passadeiras da Av. 31 de Janeiro e da Rua do Raio, e fazem depois um trecho pelo passeio até à Av. Central. Mas falta ali uma ligação mais lógica, sem obrigar a apear e/ou usar passadeiras e passeios.

Ciclistas Urbanos em Braga #18

Ciclistas Urbanos em Braga

O Vitaliy, do Carandá, usa a bicicleta quotidianamente nas suas deslocações em Braga. Além de considerar que é um um meio de transporte barato, diz que o ajuda a manter a forma física. Conta-nos ainda que a sua filha Tatiana também tem uma bicicleta e que, para além de gostar de passear, vai muitas vezes nela para a escola.

sexta-feira, 30 de março de 2012

Ciclistas Urbanos em Braga #17

Ciclistas Urbanos em Braga

O Nuno Tomaz, funcionário do Ministério da Administração Interna, vai todos os dias de bicicleta para o trabalho, e já não é o único. Atualmente, tem outros colegas no emprego que fazem o mesmo, e até já elaboraram um requerimento para que fosse instalado estacionamento adequado para bicicletas.

Para ele, a bicicleta é não apenas um instrumento de desporto e lazer, mas também a melhor forma de chegar facilmente a qualquer ponto da cidade.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Encontros com Pedal estão de volta

Encontros com Pedal

É já este domingo que se realiza mais uma edição dos Encontros com Pedal. A pretexto do Domingo de Ramos, os participantes irão visitar em bicicleta a Sé e os calvários da famosa Semana Santa de Braga.

O ponto de encontro é na esplanada do Café Brasileira, a partir das 10h. Aí, quem não tiver bicicleta, pode ainda alugar uma por um preço bastante acessível, de modo a poder participar neste evento.

A participação no evento é livre e gratuita, e há sempre um ambiente de muita boa disposição. Apareçam!

Ciclistas Urbanos em Braga #16

Ciclistas Urbanos em Braga

A Ângela Berlinde usa a bicicleta para ir para o emprego e para todo o tipo de deslocações no centro de Braga.

Encontrei-a, por acaso, a conversar com o seu amigo César, o que afinal de contas vem demonstrar uma das grandes vantagens do uso da bicicleta na cidade: podemos encontrar os amigos na rua e parar calmamente uns momentos, para pôr a conversa em dia.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Ciclistas Urbanos em Braga #15

Ciclistas Urbanos em Braga

O Emanuel é estudante de Filosofia, na Universidade Católica, e usa a bicicleta diariamente para tornar mais rápidas as suas deslocações na cidade.

terça-feira, 27 de março de 2012

Ciclistas Urbanos em Braga #14

Ciclistas Urbanos em Braga

O Filipe, de Figueiredo, faz cerca de 9 quilómetros na sua bicicleta para chegar ao centro de Braga. Quando questionado sobre o trânsito à entrada de Braga e outras possíveis dificuldades para os ciclistas, diz simplesmente, com um sorriso, que nada disso o assusta, que por ele está tudo tudo OK.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Ciclistas Urbanos em Braga #13

Ciclistas Urbanos em Braga

O Filipe atravessa diariamente a cidade de bicicleta, entre a Estação e a Universidade do Minho (Campus de Gualtar).

Nota:

Senhores autarcas, e demais responsáveis nesta matéria: é urgente criar um corredor de circulação para ciclistas, direto e com condições adequadas, entre a Estação de Braga e o Campus de Gualtar.

De bicicleta na cidade: devemos andar pelos passeios?

Diz o senso comum que na cidade o lugar mais seguro para andar de bicicleta são os passeios e bermas. Tenho vindo a observar, a este propósito, que alguns ciclistas urbanos preferem pedalar pelos passeios, mesmo em ruas com bom piso e pouco movimento. E embora compreenda em parte os motivos que levam a esse tipo de comportamento, creio ser uma prática a evitar, por vários motivos.

Ciclista em Barcelona

1. Andar de bicicleta nos passeios é ilegal

Ainda que o Código da Estrada português apresente ainda algumas lacunas em matéria de inclusão e proteção dos ciclistas, convém ter presente que é o Código da estrada que dita as regras de circulação na via pública e que este deve ser cumprido sempre que possível. Por isso, um dos motivos para circular de bicicleta na faixa de rodagem e não nos passeios é precisamente porque a lei assim determina. No passeio, de acordo com o CE, os ciclistas devem desmontar e levar a bicicleta pela mão.

2. Andar nos passeios é perigoso

Há vários perigos à espreita nos passeios. Boa parte deles são demasiado estreitos e têm buracos ou outros obstáculos que dificultam imenso a circulação dos ciclistas: é frequente haver degraus, pilaretes, árvores, bancos, postes, marcos de correio, sinais de trânsito, etc.

Quem vai a sair de um edifício geralmente não espera que venha uma bicicleta a circular no passeio, o que pode originar acidentes de certa gravidade. Além disso, os passageiros dos carros estacionados junto ao passeio podem a qualquer momento abrir as suas portas, resultando num dos tipos de acidentes mais frequentes com ciclistas.

3. Pelo passeio demoramos mais tempo

Os passeios estão concebidos para a circulação de peões, não de bicicletas. O trânsito pelos passeios é forçosamente mais lento do que na faixa de rodagem. Por um lado, porque é necessário dar inteira prioridade aos peões. E, por outro lado, porque os passeios há inúmeros obstáculos para os veículos de duas rodas. Um ciclista que evite sistematicamente a faixa de rodagem e circule somente pelos passeios vai certamente demorar muito mais tempo a chegar ao seu destino, correndo muito provavelmente alguns riscos desnecessários.

4. Defenda os seus direitos!

Você tem o direito de circular de bicicleta na faixa de rodagem (exceto, naturalmente, em autoestradas e outras vias devidamente sinalizadas). Os condutores de automóveis e outros veículos motorizados têm o dever de partilhar a via pública com todos os veículos, incluindo as bicicletas. Não abdique dos seus direitos.

Ao seguir pela faixa de rodagem, está a contribuir para educar os condutores, acostumando-os à presença dos ciclistas na via pública. Uma maior visibilidade da bicicleta enquanto meio de transporte é um contributo essencial para a melhoria das condições de segurança para ciclistas. À medida que os condutores se vão habituando a circular junto com os ciclistas, tornam-se mais atentos e cuidadosos. Há estudos que mostram que, à medida que aumenta o número de ciclistas nas ruas, aumenta também a sua segurança, diminuindo o número e gravidade dos acidentes.


...relativizar onde é preciso

Devemos conhecer e respeitar o Código da Estrada sempre que ele defende a nossa segurança e a dos que nos rodeiam. O bom senso é útil para ajudar a discernir algumas situações onde podemos relativizar algumas regras. Em alguns casos, pode ser aceitável e até recomendável circular pelos passeios.

Um exemplo simples: numa via de alta circulação automóvel, com uma subida acentuada e velocidades de 70km/h ou mais, uma bicicleta pode efetivamente correr alguns riscos. Ainda que o seu lugar por direito e por dever seja na faixa de rodagem, se houver um passeio suficientemente largo, com piso apropriado e onde estejam a circular poucas pessoas, pode ser boa ideia seguir temporariamente pelo passeio. Obviamente, dando sempre prioridade aos peões, e acautelando todo o tipo de situações imprevistas: alguém que sai de um carro ou de um edifício, peões que mudam de repente de direção, crianças que correm ou brincam no passeio, etc.

Ciclistas Urbanos em Braga #12

Ciclistas Urbanos em Braga

O sr. Afonso escolheu uma bicicleta elétrica "para ajudar nas subidas". Conta-nos que também usa moto ou carro, mas que dentro da cidade, ao tratar de todos os seus recados e da burocracia a que obriga o seu trabalho, o melhor meio de transporte é mesmo a bicicleta.

Para ele, contudo, as condições de circulação para ciclistas na cidade de Braga estão longe de ser as ideais. Recorda com saudade algumas das suas viagens pela Europa, onde pode descobrir redes extensas de ciclovias integradas nas cidades e algumas cidades com estacionamento abundante para ciclistas. Algo que espera vir a poder ter também cá em Braga.

domingo, 25 de março de 2012

Ciclistas Urbanos em Braga #11

Ciclistas Urbanos em Braga

O Bruno, que muitos ciclistas de Braga certamente reconhecerão, de vez em quando gosta de vir almoçar ao centro nesta moderna Gocycle. Muitas vezes, vai também de bicicleta para o trabalho.

Sobre a necessidade de ciclovias

Sempre que se fala de promoção do uso da bicicleta na cidade, discute-se a necessidade de ciclovias. Não sou nenhum perito em urbanismo ou em ordenamento de trânsito mas, enquanto cidadão e utente das ruas e da bicicleta, tenho algumas humildes opiniões sobre o assunto. Acrescente-se a isto que a minha experiência e as minhas sugestões mais específicas referem-se quase sempre à cidade de Braga, onde resido atualmente e onde vou votar em todas as eleições (leram bem isto, senhores governantes?).

As ciclovias, se forem bem pensadas e bem implementadas no contexto de uma rede de vias cicláveis (ou seja, o conjunto dos diferentes tipos de vias onde circularão as bicicletas na cidade e arredores), podem ser uma peça importante na criação de condições para uma maior utilização da bicicleta nesta cidade.

Devem ligar de forma lógica e integrada, e bidirecionalmente, todos os pontos principais da cidade, incluindo as estações terminais de transportes públicos, zonas e centros comerciais, polos empresariais ou industriais, zonas habitacionais, áreas de lazer e de desporto, escolas e universidades.

Na conceção de vias cicláveis segregadas (ciclovias, ciclofaixas…), deve evitar-se alguns erros infelizmente muito comuns. Por exemplo: roubar espaço aos peões para criar ciclovias, manter zonas de perigo junto à faixa de rodagem reservada a ciclistas (como lugares de estacionamento sem separador nem distância de segurança) ou permitir ou facilitar a circulação de peões ou de veículos motorizados. Outro erro comum que deve ser evitado é a atribuição de uma largura insuficiente, que impede o cruzamento (nas vias de dois sentidos) ou a ultrapassagem por outros ciclistas, em condições de segurança. É particularmente delicada nestas infraestruturas a intersecção entre vias, pelo que deve ser dada a devida atenção à cuidadosa planificação de entroncamentos, cruzamentos e rotundas. Mau exemplo de como se implementa uma ciclovia, no Porto

Não creio que todas as vias cicláveis tenham de ser necessariamente ciclovias, mas em alguns casos essa é a melhor opção. O importante é que a cidade seja repensada globalmente em função da desejada mobilidade sustentável e seja criada uma rede de vias cicláveis - um mapa da cidade que possa ser proposto aos cidadãos que já usam ou que desejam começar a utilizar de forma regular a bicicleta como meio de transporte.

Mas há mais medidas que fazem falta... Por exemplo:

  • Estacionamentos para bicicletas em quantidade adequada, em locais próprios e com um design funcional (são de evitar os modelos do tipo "dobra-rodas", sendo recomendáveis os estacionamentos em "U invertido")
  • Criação de corredores Bici+Bus (ou eventualmente, Bici+Bus+Moto) em ruas que atualmente têm sentido único apenas para transportes públicos. Um exemplo paradigmático é a Rua D. Pedro V, onde esta medida deveria ser acompanhada, na minha opinião, por uma fiscalização mais assídua do estacionamento ilegal e eventual redução das áreas reservadas a estacionamento automóvel.
  • Promoção da intermodalidade(p.ex., comboio + Bicicleta), assegurando as condições necessárias ao transporte de bicicletas nos comboios entre Braga e outras cidades, e divulgando amplamente essa opção económica e ecológica junto dos estudantes universitários e dos trabalhadores que fazem diariamente essa viagem.
  • Acalmia de tráfego, isto é, a redução da velocidade máxima em certas vias, e a devida fiscalização. Ainda há dias, na vizinha Espanha, vi agentes da autoridade a fiscalizarem uma "zona 30" com radar de segurança. Aqui além de praticamente ainda não existirem zonas 30, pura e simplesmente não existe fiscalização e quase ninguém cumpre os limites de velocidade dentro das localidades.
  • Criação de mais zonas amplas para os cidadãos: retirar espaço aos carros e devolvê-lo prioritariamente a peões, regulando devidamente o seu uso por parte de veículos. Em algumas cidades, existem ruas em que as crianças podem brincar em segurança: os carros e demais veículos são obrigados a respeitar os peões reduzindo a velocidade e dando-lhes sempre prioridade. Em Barcelona, as bicicletas podem usar determinados passeios, mas reduzindo a sua velocidade máxima para 15km/h para evitar acidentes com peões.

Seria interessante e muito útil que algum académico realizasse um estudo com rigor científico, no que se refere à questão da mobilidade sustentável em Braga. Talvez algo do género do que fez o Eng. Paulo Guerra Dos Santos na cidade de Lisboa. Uma análise sistematizada das vantagens de cada meio de transporte, e mesmo da intermodalidade, em diferentes cenários; dos obstáculos atualmente existentes a uma mobilidade mais sustentável e promotora de uma maior qualidade de vida para os cidadãos; e ainda das soluções mais indicadas, numa lógica de conjunto, para esta cidade.

Será que já algum dia alguém da Universidade do Minho elaborou alguma tese sobre estes assuntos?

sábado, 24 de março de 2012

Ciclistas Urbanos em Braga #10

Ciclistas Urbanos em Braga

O Joaquim, de Gualtar, usa a bicicleta entre outras coisas como uma forma agradável de praticar exercício e combater o colesterol. Até gostava de ir para o trabalho de bicicleta (na zona da antiga Grundig), se não fosse o receio de enfrentar o trânsito. Diz que se a cidade tivesse melhores condições certamente iria muitas vezes de bicicleta para o trabalho.

Nota:

Tenho vindo a notar que há muitos bracarenses que gostavam de usar a bicicleta para algo mais do que apenas o exercício físico prescrito pelo médico ou o passeio dominical. Entre os principais obstáculos encontra-se o trânsito e, de certa forma, a ausência de ciclovias.

Quanto ao primeiro, e boa parte dos casos, daria para resolver promovendo e fiscalizando medidas de acalmia do trânsito - dito de outra forma, reduzindo a velocidade de circulação dentro da cidade.

Quanto às ciclovias, diria que não são solução para tudo, mas que poderão ser particularmente úteis nos casos em que o trajeto dos ciclistas coincida com vias de grande movimento automóvel, com velocidades mais elevadas. Sobretudo quando há subidas à mistura.

No caso em análise, já ouvi dizer que a CMB terá prevista uma ciclovia ou ecovia junto ao Rio Este, que poderia vir a beneficiar os ciclistas que precisam de se deslocar da zona Este da cidade para a zona da Grundig, Ferreiros, Celeirós, etc. Vamos ver.

Para quem está a dar as primeiras pedaladas e tem medo de se aventurar no trânsito, eu recomendaria começar por vias menos movimentadas e progressivamente ir adaptando os percursos à medida que se ganha experiência e confiança. O trânsito em Braga tem as suas dificuldades, mas até nem é assim tão mau, quando comparado com outras cidades portuguesas…

Ciclistas Urbanos em Braga #9

Ciclistas Urbanos em Braga

O Pedro, estudante de Ensino de Filosofia, vai da Universidade do Minho (Gualtar) até à zona da Sé. Para tal, costuma seguir pela Rua Nova de Santa Cruz e depois pela Rua D. Pedro V.

Nota:

O trajeto acima descrito é um dos acessos mais importantes para ciclistas entre o campus de Gualtar e o centro da cidade, e é também uma das principais vias de ligação à estação de comboios. Diariamente, há um conjunto considerável de ciclistas que percorrem essas ruas em ambos os sentidos. É fácil de perceber porquê: apesar de não haver uma forma fácil de atravessar a Avenida Padre Júlio Fragata de bicicleta, é o caminho mais direto e praticamente não tem subidas. Além disso, estas ruas têm pouco trânsito, que geralmente circula a velocidades moderadas.

No entanto, é necessário - no mínimo - colocar sinalização vertical e horizontal que alerte os condutores para presença habitual de ciclistas em ambos os sentidos (parte deste trajeto inclui trechos de sentido reservado a transportes públicos, mas que poderia perfeitamente vir a permitir também a circulação de ciclistas). Faltam, pois, nestas ruas, condições para que os ciclistas possam circular em mais segurança e, já agora, em legalidade.

Ciclistas Urbanos em Braga #8

Ciclistas Urbanos em Braga

O Nuno usa a bicicleta para se deslocar, por exemplo, entre a zona de Gualtar e o centro da cidade. Diz que, na sua opinião, muitos automobilistas ainda não são muito cordiais com os ciclistas, o que dificulta a circulação em algumas vias.


Nota:

Eu, enquanto ciclista, tenho tido uma experiência mista na minha relação com o trânsito. Se, por um lado, os motoristas dos TUB têm sido impecáveis, mantendo distâncias laterais de segurança ao ultrapassar e nunca fazendo "cara feia" quando nos cruzamos numa rua mais estreita, por outro lado nem sempre o mesmo acontece com os automobilistas (incluindo, infelizmente, alguns taxistas).

Em parte, isso deve-se ao facto de os automobilistas ainda estarem pouco familiarizados com a presença de velocípedes a circular na via - algo que irá melhorando à medida que o número de ciclistas for aumentando nas ruas.

Por outro lado, é importante mencionar que em Braga há vias em que a circulação automóvel é feita a velocidades de autoestrada e que, além disso, é ainda praticamente inexistente a sinalização relacionada com a circulação de bicicletas. Seria útil, por exemplo, criar faixas BUS + BICI (à semelhança do que vem sendo implementado com sucesso noutras cidades) devidamente sinalizadas. Na minha opinião, a Rua D. Pedro V, que vemos retratada na foto acima, é um exemplo paradigmático dessa necessidade, já que é utilizada diariamente por muitos ciclistas como via principal de acesso ao centro e à Estação.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Ciclistas Urbanos em Braga #7

Ciclistas Urbanos em Braga A Isa, de S. Mamede, gosta de passear em Braga na sua Gazelle clássica e cheia de estilo. Pela sua boa disposição, dá para ver que adora mesmo este meio de transporte! Queixa-se um pouco, ainda assim, do piso irregular (das obras e das ruas em paralelo) e também dos carros, que muitas vezes não facilitam a vida aos ciclistas...

Ciclistas Urbanos em Braga #6

Ciclistas Urbanos em Braga

O António Martins não dispensa a companhia da sua fiel Órbita, nas suas deslocações pela cidade de Braga.

Ciclistas Urbanos em Braga #5

Ciclistas Urbanos em Braga

Para o Adelino, de Lamaçães, a melhor forma de vir à Avenida Central e de tratar de todos os seus assuntos ou, simplesmente, passear na cidade é a pedalar. Usa a bicicleta para as deslocações mais triviais do dia-a-dia e considera que este meio de transporte tem a vantagem de rápido na cidade, muito económico e bem agradável. No entanto, aponta como uma das maiores dificuldades a falta de estacionamentos adequados para bicicletas, mesmo em locais tão importantes como a Loja do Cidadão ou a Avenida Central.

Também gosta de usar bicicleta para passear com a filha, mas sente a falta de ciclovias que tornem essa atividade segura para as crianças.


Nota:

A única ciclovia existente atualmente em Braga, apesar de a sua localização parecer indicar que está mais voltada para o ciclismo de lazer, tem vários problemas de execução que a tornam praticamente imprópria até para esse tipo de utilização.

Tenho conversado com vários ciclistas que frequentemente se veem em situações delicadas nas várias rotundas que interrompem sucessivamente essa ciclovia, bem como nas zonas onde há estacionamento automóvel junto a ela: por um lado, devido à constante entrada e saída de veículos, atravessando a ciclovia; e por outro lado, até mesmo pelo grande número de veículos estacionados em cima da própria ciclovia (nunca vi nenhuma operação de fiscalização por parte das autoridades). Além disso, a ciclovia é frequentemente utilizada por muitos peões que a confundem com um passeio e por isso a usam nas suas caminhadas.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Ciclistas Urbanos em Braga #4

Ciclistas Urbanos em Braga

O Aníbal atravessa o centro de Braga todas os dias para ir trabalhar. Por não haver estacionamento para bicicletas junto à Universidade do Minho (Largo do Paço), viu-se obrigado a comprar uma bicicleta dobrável. Já lá vão 6 meses desde que começou a usar a bicicleta diariamente, e a sua boa disposição diz tudo - a bicicleta é mesmo o melhor meio de transporte para se deslocar na cidade, faça chuva ou faça sol.

Ciclistas Urbanos em Braga #3

Ciclistas Urbanos em Braga

O Paulo (eu sei que tenho fraca memória para nomes, mas espero não ter trocado este!…) faz aquela famosa subida de Real e desloca-se até ao centro de Braga de bicicleta, para tratar dos seus diversos afazeres. Para ele, a bicicleta é um meio de transporte com muitas vantagens práticas, a maior parte das quais muitos bracarenses parecem infelizmente ainda não ter descoberto.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Ciclistas Urbanos em Braga #2

Ciclistas Urbanos em Braga

Com um sorriso nos lábios e a sua bela bicicleta com uma suspensão de "meter respeito", depois de uma manhã de trabalho, o José António atravessa a cidade descontraidamente para ir almoçar.

terça-feira, 20 de março de 2012

Transporte de bicicletas no Elevador do Bom Jesus

Elevador do Bom Jesus

Li um destes dias a história recente de um grupo de jovens turistas da Malásia que, estando em Braga, decidiram ir passear de bicicleta até ao Bom Jesus. Imagino que tenha sido uma aventura, a julgar sobretudo pela subida um tanto ou quanto acentuada no percurso de ida.

…e dei por mim a pensar que, sendo o santuário do Bom Jesus uma das principais atrações turísticas da cidade de Braga, faria sentido dotá-lo de melhores acessos para quem escolhe visitar esta cidade de bicicleta. Uma possibilidade a considerar - talvez a mais importante de todas - seria o Elevador do Bom Jesus ser melhorado de modo a poder transportar algumas bicicletas. Esse tipo de infraestruturas têm sido aproveitadas noutras cidades portuguesas e estrangeiras para facilitar aos ciclistas o acesso a zonas de cota mais elevada.

No caso de Braga, que já vai tendo regularmente turistas a chegarem de bicicleta ou a alugarem bicicletas para passear pela cidade e arredores, faria todo o sentido aproveitar este elevador para oferecer ao público uma experiência ainda mais agradável. Elevador do Bom Jesus - Entrada

À falta do desejado transporte para bicicletas no Elevador do Bom Jesus, a Câmara Municipal de Braga poderia ao menos mandar instalar junto à entrada do Elevador alguns lugares de estacionamento seguro para bicicletas, para que os nossos cicloturistas pudessem subir um pouco mais descansados…

Ciclistas Urbanos em Braga #1

Esta rubrica é, assumidamente, um decalque da excelente iniciativa que tem sido levada a cabo pelo Sérgio Moura no seu blog De Bicicleta no Porto. Há cerca de um ano, começou a fotografar os ciclistas com quem se cruzava na rua. Numa cidade onde se pensaria que quase não haveria bicicletas, o Sérgio já conseguiu colocar em pose para a sua máquina fotográfica quase uma centena de ciclistas.

Partindo do mesmo princípio de que quem mais faz pela causa do uso da bicicleta são todas as pessoas que a usam no seu dia a dia, decidi copiar transpor o projeto para a cidade de Braga (penso que o Sérgio me perdoará o "plágio" desta sua ideia). Assim, nos próximos tempos, vou também tentar ganhar coragem para ir metendo conversa com alguns dos ciclistas com quem me cruzo, e trazer para aqui algumas fotos.

A inaugurar este espaço, temos duas figuras incontornáveis e inconfundíveis da cidade de Braga: a Sé de Braga e o Antony. A primeira, dispensa apresentações. Do Antony, que muitos bracarenses reconhecerão sobretudo pela sua indumentária Cycle Chic, bastaria lembrar que tem sido um dos impulsionadores dos Encontros com Pedal. Músico e atleta, gosta de se considerar um "provocador" - no bom sentido, claro está...

Ciclistas urbanos em Braga

segunda-feira, 19 de março de 2012

Pedalar na cidade de Braga

Semáforo bicicleta

A bicicleta é um meio de transporte mais económico, mais saudável, mais ecológico, mais divertido e, muitas vezes (sobretudo na cidade), bem mais rápido que o automóvel. Apesar de todas estas vantagens, o uso da bicicleta em Braga ainda é muito pouco frequente, o que fica a dever-se em grande parte ao atraso na implementação de algumas medidas urgentes por parte dos decisores políticos.

Em Braga, temos uma cidade com condições excecionalmente favoráveis à utilização da bicicleta como meio de transporte, mas tem faltado o empenho dos órgãos autárquicos na promoção do ciclismo urbano e na melhoria das condições de circulação para bicicletas. Dito de outro modo, temos uma cidade fantástica, mas está praticamente tudo por fazer em matéria de mobilidade sustentável.

Os exemplos de cidades como Amesterdão, Portland, San Francisco, Copenhaga, Berlim ou Barcelona, merecem ser devidamente estudados. Mesmo cá em Portugal, diversas instituições e movimentos de cidadãos (como por exemplo a FPCUB, a MUBi, o IMTT ou a Massa Crítica) têm vindo a elaborar um conjunto de estudos e recomendações úteis que podem e devem ser postas em prática por quem tem o poder de decidir.

Neste espaço esperamos contribuir para promover o uso da bicicleta em Braga e também dar conta dos progressos que, desejavelmente, irão sendo observados ao longo dos próximos tempos.

Vamos fazer de Braga uma cidade mais amiga dos peões, das bicicletas e dos ciclistas!