Aqui alguém precisou de um estacionamento para bicicletas e não o tinha…
Esta é uma cidade com um potencial imenso para a adoção do ciclismo urbano no dia a dia. Falta no entanto dotá-la daqueles pequenos pormenores que, para além de facilitarem a vida de quem pedala, animam a quem quer começar. Vamos fazer de Braga uma cidade mais amiga dos peões, das bicicletas e dos ciclistas!
Aqui alguém precisou de um estacionamento para bicicletas e não o tinha…
Aqui alguém precisou de um estacionamento para bicicletas e não o tinha…
Aqui alguém precisou de um estacionamento para bicicletas e não o tinha…
Aqui alguém precisou de um estacionamento para bicicletas e não o tinha…
Aqui alguém precisou de um estacionamento para bicicletas e não o tinha…
Aqui alguém precisou de um estacionamento para bicicletas e não o tinha…
Aqui alguém precisou de um estacionamento para bicicletas e não o tinha…
Aqui alguém precisou de um estacionamento para bicicletas e não o tinha…
Aqui alguém precisou de um estacionamento para bicicletas e não o tinha…
Contaram-me que, ontem à tarde, ocorreu em Gualtar um acidente envolvendo um ciclista e um jipe.
De acordo com as informações (não confirmadas) que conseguimos apurar, a vítima terá sido um homem que seguia de bicicleta e que foi violentamente abalroado por uma viatura de todo-terreno. Aparentemente, o motorista em questão terá adormecido ao volante. O ciclista, ao que dizem, tinha um problema de saúde nas pernas, sendo que andava de muletas e usava a bicicleta para ajudar na recuperação.
Até ao momento, não sabemos se o ciclista sobreviveu nem qual o seu estado. Sabemos apenas que foi socorrido no local por uma viatura do INEM.
Não conheço as pessoas envolvidas, nem estou na posse dos detalhes do lamentável sucedido. Mas não posso deixar de tecer algumas considerações sobre os comportamentos de risco de uns e de outros, que muitas vezes resultam em acidentes como este…
Antes de mais, é bom lembrar que há muitos automobilistas, camionistas e motoristas de transportes públicos que são conscienciosos e cuidadosos, e que partilham a estrada com o necessário respeito. As palavras que se seguem não são para eles. Dito isto, cumpre assinalar que muito há por fazer em matéria de formação e sensibilização de condutores. Os condutores de veículos motorizados deveriam ter obrigatoriamente uma sólida formação em matéria de segurança rodoviária, porque merecem particular atenção pela simples razão de que os veículos que conduzem, pelas suas caraterísticas (peso, tamanho, velocidade, etc.), são bastante mais perigosos para peões e ciclistas.
Então e quais são alguns dos pecados dos motoristas, que colocam em risco peões e ciclistas?:
Justiça seja feita, muitos ciclistas, infelizmente, ainda continuam a ter também alguns comportamentos de risco que podemos considerar graves:
Algumas vias foram pensadas apenas em função dos veículos motorizados, sem levar em conta a existência da bicicleta enquanto meio de transporte. Pior ainda, muitas cidades portuguesas não têm um "mapa ciclável", isto é, um plano global que considere as vias por onde os utilizadores da bicicleta poderão circular em segurança para chegarem aos seus destinos. Quando há vias pensadas exclusivamente para trânsito motorizado, as autarquias têm a responsabilidade ou a obrigação (pelo menos moral) de oferecer alternativas válidas aos cidadãos que escolhem utilizar veículos mais económicos e não-poluentes nas suas deslocações diárias. Muitas vezes, pequenos ajustes na sinalização podem fazer uma grande diferença. Por exemplo, medidas de acalmia de trânsito e a criação de vias partilhadas BUS+Bici devidamente sinalizadas como tal. O grande pecado de muitas autarquias portuguesas é, simplesmente, ignorarem a bicicleta (e o peão?) no planeamento urbano e no momento de conceber ou alterar a sua rede viária.
Aqui alguém precisou de um estacionamento para bicicletas e não o tinha…
Aqui alguém precisou de um estacionamento para bicicletas e não o tinha…
Aqui alguém precisou de um estacionamento para bicicletas e não o tinha…
Aqui alguém precisou de um estacionamento para bicicletas e não o tinha…
Aqui alguém precisou de um estacionamento para bicicletas e não o tinha…
Aqui alguém precisou de um estacionamento para bicicletas e não o tinha…
Um dos locais que necessitam de um bom parque de estacionamento para bicicletas, cá em Braga, é sem dúvida a estação de comboios. Atualmente, existe uma pequena estrutura no parque coberto, que permite estacionar algumas bicicletas. No entanto, encontra-se longe do campo de visão da equipa de segurança e também relativamente longe da entrada principal. Valeria a pena investir numa infraestrutura mais convidativa para os cidadãos que desejassem fazer uso da intermodalidade, combinando nas suas deslocações o uso da bicicleta com o comboio.
Idealmente, seria um estacionamento pensado para longos períodos. Isto é, que protegesse a bicicleta contra intempéries e vandalismo durante um ou mais dias consecutivos. Neste contexto, um estacionamento vigiado, porventura até com sistema de senhas ou cacifos poderia ser útil. Mas, pelo menos, um estacionamento coberto, em local bem visível e próximo dos acessos principais seria algo fácil de implementar.
Pesquisando sobre este assunto, podemos ver que um pouco por todo o mundo é possível encontrar estações de metro e de comboio que já oferecem boas condições de estacionamento para bicicletas.
Por exemplo (e sem sequer mencionarmos a Holanda), vejamos o que já existe em cidades como em Santiago do Chile, Erzhausen e Karlsruhe (Alemanha), Aarhus (Dinamarca), Tóquio, Washingston, São Paulo, Edimburgo, RedHill e Leeds (Reino Unido). E muitos outros exemplos poderíamos apontar.
Inspirador, não é?...
Aqui alguém precisou de um estacionamento adequado para bicicletas e, lamentavelmente, não o tinha…
Aqui alguém precisou de um estacionamento para bicicletas e não o tinha…
Aqui alguém precisou de um estacionamento para bicicletas e não o tinha…
Aqui alguém precisou de um estacionamento para bicicletas e não o tinha…
Aqui alguém precisou de um estacionamento para bicicletas e não o tinha…
Aqui alguém precisou de um estacionamento para bicicletas e não o tinha…
Aqui alguém precisou de um estacionamento para bicicletas e não o tinha…
Aqui alguém precisou de um estacionamento para bicicletas e não o tinha…
Aqui alguém precisou de um estacionamento para bicicletas e não o tinha…
(foto enviada pelo nosso leitor mariomereles)
Aqui alguém precisou de um estacionamento para bicicletas e não o tinha…
Aqui alguém precisou de um estacionamento para bicicletas e não o tinha…
Aqui alguém precisou de um estacionamento para bicicletas e não o tinha…
Aqui alguém precisou de um estacionamento para bicicletas e não o tinha…
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Aqui alguém precisou de um estacionamento para bicicletas e não o tinha…
Aqui alguém precisou de um estacionamento para bicicletas e não o tinha…
Aqui alguém precisou de um estacionamento para bicicletas e não o tinha…
Aqui alguém precisou de um estacionamento para bicicletas e não o tinha...
Três meses a viajar de bicicleta. 4500km percorridos a pedalar pela Europa. Foi assim que encontrei em Braga Kim Jeong Hun, um jovem turista sul-coreano que atravessou nove países europeus para chegar até Braga.
O ciclista, que vemos nesta foto acompanhado pelo seu amigo Yoonki, é engenheiro recém-formado em Ciências da Computação que decidiu aproveitar o final de curso para fazer a sua viagem de sonho, antes de ingressar no complicado e sempre apressado mundo do trabalho. Passou pelo Reino Unido, França, Bélgica, Holanda, Alemanha, Suíça, França, Espanha e, depois de parar na Galiza a visitar a cidade de Compostela, parou em Braga, onde o encontrei. A viagem continuaria nos dias seguintes em direção ao Porto, Lisboa e, finalmente, Madrid, de onde apanharia o voo de regresso para Seul.
Na conversa que tivemos, contou-nos que há cerca de 2 anos, o governo sul-coreano deu início a um extenso programa de construção de ciclovias, com o objetivo de melhorar a qualidade do ar e rentabilizar o espaço urbano (só na cidade de Seul, existem mais de 10 milhões de habitantes, pelo que a questão do espaço é fundamental). Desde então, tem-se observado um aumento considerável do número de ciclistas, bem como o aparecimento de muitas empresas ligadas à venda e manutenção de bicicletas. Não será, portanto, de admirar que Kim Jeong Hun nos confesse que considera que as condições atuais na Coreia do Sul são melhores do que as que encontrou em Portugal, em termos de promoção do uso deste meio de transporte…
O texto da proposta que foi apresentada pelos ciclistas à CMB baseava-se num documento similar que foi anteriormente apresentado pela FPCUB em Lisboa. Pode ser encontrado aqui:
No documento acima são referidos alguns anexos relacionados com a mesma temática, que foram incluídos no mesmo dossiê.
Na altura, foram feitos também contactos com as várias forças políticas, com o objetivo de assegurar que todas elas tomavam conhecimento da proposta e de as convidar a incluir essas medidas no seu programa. A proposta foi bem recebida por todas as instituições contactadas, embora até ao momento não tenhamos recebido nenhuma resposta oficial (isto é, escrita) que possamos aqui partilhar com os leitores. Ainda assim, a CDU (um dos partidos que contactámos) chegou a apresentar a votação na Assembleia Municipal uma recomendação dirigida à CâmaraMunicipal de Braga, no sentido de serem criadas novas ciclovias na cidade - de acordo com a comunicação social, essa proposta foi chumbada, com os votos contra da bancada do PS.
Mais tarde, tivemos um convite da CMB para uma reunião onde foram apresentadas algumas ideias gerais e onde foi escutada a opinião dos ciclistas sobre algumas ideias para possíveis medidas de promoção do uso da bicicleta (estacionamentos no centro de Braga, possíveis ciclovias, alterações à sinalização de certas vias, etc.).
Até ao momento, pese muito embora toda a boa vontade que parece existir nos órgãos do poder autárquico, a verdade é que ainda continuamos a aguardar tudo o que é preciso ser feito. Ainda não temos estacionamentos para bicicletas, ainda não temos vias cicláveis a ligar o centro de Braga à universidade e às zonas residenciais e laborais da periferia, ainda não temos tão pouco uma única rua na cidade de Braga que tenha recebido melhoramentos (melhoria de piso, alterações de sinalização, estacionamentos, etc.) a pensar no seu uso por pessoas que optem por se fazer transportar em bicicleta. É, por assim dizer, a triste verdade.
Dito isto, continuamos otimistas e queremos acreditar que o futuro nos reserva melhores dias e um maior empenho dos órgãos de poder em relação a esta temática. É positivo que haja interesse em ouvir as necessidades dos cidadãos ciclistas a partir da sua própria voz. É positivo que esteja a ser planeada a implementação de um número considerável de estacionamentos para bicicletas no centro de Braga. É positivo que esteja a ser equacionada a possibilidade de integrar este meio de transporte na preparação do próximo PDM, ou nas próximas obras de requalificação urbana. Vamos ver...
Temos um pequeno espaço reservado junto ao estacionamento automóvel (o que até nem seria mal pensado, não fosse aquela enorme distância à porta do edifício...), mas onde não existe nenhuma estrutura onde se possa encostar e prender a bicicleta. Ou seja, a bicicleta fica ali pousada, simplesmente, como se fosse um carro. Se tiver descanso, fica de pé. Se não tiver descanso, fica até deitada no chão. Se vier um ladrão, nem tem trabalho, nem precisa de ferramentas - é só pegar e andar. Prático, não?
A convite da Câmara Municipal de Braga, realizou-se esta tarde uma reunião com o grupo de ciclistas urbanos que em junho deste ano apresentaram a Proposta de Mobilidade Sustentável. Nesta reunião, convocada e presidida pelo Eng. Rui Gonçalves, estiverem presentes diversos responsáveis da CMB ligados à área do planeamento urbano e afins, bem como os ciclistas Victor Domingos (Braga Ciclável), Antony Gonçalves e Rómulo Duque (Encontros com Pedal).
O encontro serviu, por um lado, para fazer um ponto de situação relativamente ao planeamento da criação de condições para a utilização da bicicleta na cidade de Braga. Mas, sobretudo, foi uma oportunidade para dar início à troca de ideias com quem usa a bicicleta no seu dia-a-dia, de modo a melhor perceber quais as reais necessidades da população e as dificuldades com que os nossos ciclistas se deparam.
Esperamos que o nosso pequeno contributo possa ajudar a autarquia a encontrar soluções que minimizem as dificuldades sentidas diariamente pelos nossos ciclistas e que, a curto ou médio prazo, possamos começar a ver frutos desta troca de ideias. A cidade de Braga merece!
Esta iniciativa realiza-se em a colaboração com a Delegação de Braga da Cruz Vermelha Portuguesa, com o blog Braga Ciclável e com as empresas TV Minho, Go By Bike e Bikezone. Para além da sensibilização da população para as vantagens práticas do uso da bicicleta como meio de transporte, um dos principais objetivos deste evento consiste na recolha de bens de higiene pessoal (por exemplo, pasta de dentes, giletes ou sabonetes) destinados aos utentes da Cruz Vermelha.
Durante o evento, que terá lugar na Avenida Central e no centro histórico da cidade, decorrerão diversas atividades relacionadas com a promoção de um estilo de vida saudável. A Cruz Vermelha Portuguesa realizará na Avenida Central rastreios de saúde gratuitos. A empresa Bikezone disponibilizará no mesmo local uma oficina de bicicletas, para que todos os participantes possam fazer gratuitamente pequenas afinações ou reparações. E quem não tem bicicleta poderá requisitar uma na Go By Bike, que também apoia a realização deste evento. Todos poderão assim participar num agradável passeio de bicicleta pelas ruas da cidade de Braga.
Quanto aos mais novos, poderão também participar numa gincana de bicicleta, na Avenida Central, para aprenderem algumas regras de trânsito úteis.
Por isso, já sabe: se estiver por perto de Braga este fim de semana, pegue numa bicicleta, traga alguns artigos de higiene para doar à Cruz Vermelha e participe!
Para o Raul e o Rui, das Enguardas, e o seu amigo Tiago, de Sta. Tecla, a bicicleta é o melhor meio de transporte para chegar a todo o lado em Braga. Lamentam a falta de ciclovias, a falta de estacionamentos para bicicletas e o piso inadequado de grande parte das ruas de Braga, mas sublinham ainda assim as vantagens deste meio de transporte prático, económico e amigo do ambiente.
As entrevistas foram realizadas em direto, como habitualmente, e têm estado disponíveis no podcast "HÀ Conversa", onde é possível encontrar diversos testemunhos bem interessantes de outros utilizadores habituais da bicicleta, e não só. Podem ser ouvidas aqui:
Ao longo dos últimos cinco meses, fui metendo conversa com alguns dos ciclistas com quem me ia cruzando no caminho. Tem sido uma experiência muito enriquecedora, e sinto-me profundamente grato pelas numerosas oportunidades que fui encontrando de conversar com pessoas interessantes e de sentir um pouco o pulso a esta que é atualmente a minha cidade.
Este vídeo comeorativo reúne 101 ciclistas que gentilmente aceitaram ser fotografados para o Braga Ciclável, ao longo dos últimos meses. Alguns que aqui não aparecem preferiram manter-se no anonimato, longe das câmaras e dos ecrãs, mas também por aí andam, a pedalar pela cidade e a desfrutar das imensas vantagens que a bicicleta tem para oferecer.
Mas a verdade é que estes 101 ciclistas são apenas alguns dos ciclistas urbanos de Braga. Há muitos outros que, simplesmente, ainda não foram abordados. Recordo-me de inúmeras situações em que estava eu à conversa ou a tirar uma foto e passavam duas ou três bicicletas - e eu a pensar "lá vai mais um que ainda não fotografei"… E todos os dias, quando vou de bicicleta para o trabalho, continuo a cruzar-me com muitas caras novas, com ciclistas que não conheço, com quem ainda não conversei e a quem não tirei fotos.
Mas o importante mesmo é pedalar, viver a cidade, conviver com os amigos, e desfrutar da vida. Boas pedaladas!
O José Humberto, de Santa Tecla, usa frequentemente a sua bicicleta para se deslocar pelo centro de Braga ou ir ate ao complexo desportivo da rodovia, por exemplo. Conta-nos que habitualmente partilha com um amigo o carro na ida para o emprego (partilhar um carro é uma forma bem inteligente de usar esse meio de transporte) mas salienta que, quando não o pode fazer dessa forma, costuma ir de bicicleta para o trabalho.
O Albano e a Laurinda, um simpático casal de Ferreiros, gostam de passear juntos pelo centro, a pedalar numa bicicleta tandem. Pelo caminho, aproveitam para conversar com os amigos ou para fazer pequenas compras que levam na bagageira da bicicleta.
O Vítor Sá é empresário e um grande apologista do uso da bicicleta como meio de transporte. Seja para ir comprar café, para almoçar pelo centro, ou para se dirigir a alguma reunião importante, esta moderna Gocycle é uma das suas companheiras de viagem preferidas. É uma beleza, não é?
Há umas semanas, publiquei aqui uma outra foto de Omar Ruiz-Diaz - provavelmente, um dos ciclistas mais famosos do mundo atual. Esteve recentemente em Braga, e tive a feliz oportunidade de conversar com este famoso repórter de viagens em bicicleta.
Omar Ruiz-Diaz já percorreu mais de 150 mil km de bicicleta e, por toda a parte por onde ele passa, ninguém fica indiferente. Mais não fosse, porque a sua bicicleta, equipada com dois reboques articulados, mede mais de 4 metros de comprimento e transporta dezenas e dezenas de quilos de bagagem…
Omar nasceu no Paraguai, onde viveu parte da sua juventude. Na altura, inconformado com as injustiças decorrentes do regime político de Alfredo Stroessner, chegou a trabalhar numa rádio que se opunha ao poder vigente. De tal modo que acabaria por se ver forçado a buscar exílio político na vizinha Argentina. Ali seguiu estudos universitários, tendo estudado jornalismo, mas nem por isso deixaria de manter uma voz ativa contra o regime de Stroessner. Só após o golpe de estado de 1989, que motivou o exílio de Stroessner para o Brasil, é que Omar regressou ao país que o vira nascer, para retomar a sua atividade como jornalista. Mas não ficaria por ali muito tempo...
A sua viagem, que aparentemente não tem um fim à vista, começou em 1991. Inicialmente concebida como uma simples viagem de férias em modalidade ultra-low-cost, aos poucos foi-se tornado, afinal, em todo um modo de vida. Uma peripécia foi puxando outra, e Omar pode hoje ser considerado um verdadeiro nómada dos tempos modernos. Pelo caminho, vai colecionando memórias, amigos, apontamentos no seu caderno e muitas fotos dos locais por onde vai passando e das pessoas que vai conhecendo. Parte desse material é publicado regularmente na Internet, no sítio OmarGlobal.com e na sua página no Facebook.
Omar gosta de viajar devagar e de participar em atividades nas terras por onde vai passando. Em todos esses lugares, tenta promover o uso da bicicleta e mostrar que é realmente possível utilizá-la como meio de transporte. A sua perspetiva, de um ciclista nómada e aventureiro, tem o poder de cativar o interesse das populações, que geralmente mostram interesse em colaborar ou, pelo menos, em tirar uma foto com ele para recordação.
Quanto à cidade de Braga, este ciclista não pôde deixar de notar que as nossas ruas de "empedrado" oferecem um piso extremamente desagradável para os ciclistas, mas salientou que mesmo assim "não tem de haver desculpas para não andar de bicicleta". Com a dose certa de boa vontade, todos os obstáculos podem ser ultrapassados. As imensas vantagens da bicicleta sobrepõem-se às pequenas agruras que ela possa motivar. "É uma boa forma de conhecer a cidade", defende: "ir ao teatro, às compras, passar algum tempo de qualidade com os filhos…"
E acrescenta, ainda, que "a bicicleta ajuda o fluxo sanguíneo, ajuda os músculos e até a própria libido". "De bicicleta", afirma Omar, "parece que temos tudo, mas de carro parece que nos falta sempre algo". E por isso encoraja todas as pessoas a usar a bicicleta e a desfrutar da vida neste verão.
Quando recentemente passou por Braga, era já a terceira vez que se econtrava em Portugal. Tinha passado alguns meses no Alentejo, onde trabalhava em casas rurais. E esse é o seu modo de vida: nómada, mas trabalhador e altamente sociável. Por onde passa, tenta sempre encontrar alguma forma de participar no dia-a-dia das comunidades que o acolhem, trabalhando a troco de algum dinheiro, comida ou dormida. Gosta de conviver com as pessoas e de se integrar ativamente, mesmo que temporariamente, nas sociedades locais.
A sua viagem não tem um destino predefinido, pelo que tansmite uma ideia de liberdade e independência - algo que Omar preza como condições essenciais para ter qualidade de vida.
Aos automobilistas, deixa um conselho muito simples: "que respeitem os ciclistas". E à cidade de Braga, recomenda que "adote a cultura da bicicleta". Considera necessário que a Câmara Municipal de Braga construa ciclovias e crie melhores condições para o uso da bicicleta: "se os turistas se sentirem seguros na cidade e arredores, a cidade será mais turística e mais dinâmica". Na sua opinião, "a bicicleta deve servir como um meio de transporte real".
E lembra que todos podem ajudar, dando o exemplo de um dos países que o acolheram: "no Canadá, as empresas dão vantagens aos trabalhadores que vão de bicicleta, porque isso se reflete numa maior produtividade e numa maior bem-estar".
Devo dizer que gostei de conhecer o Omar e tive pena de não poder conversar mais com este cidadão do mundo, conhecer mais histórias das suas viagens e das suas peripécias nos inúmeros sítios por onde já passou. Na sua página na Internet e no seu Facebook, há um sem fim de apontamentos de viagem, fotos, vídeos, recortes de imprensa, que nos permitem saciar um pouquinho essa curiosidade e também alimentar a nossa imaginação. Vale a pena dar uma espreitadela.
Já aqui havíamos falado neste assunto, pelo menos uma vez. É urgente dotar a cidade de Braga de lugares de estacionamento para bicicletas nos principais pontos de interesse turístico: a Sé de Braga, a zona envolvente da Arcada, os museus, a Avenida Central e a Avenida da Liberdade, o Posto de Turismo, o Largo da Senhora-a-Branca, as interfaces de transportes públicos, etc.
Há um número significativo (mas ainda por contabilizar) de turistas que escolhem visitar a cidade de Braga em bicicleta (um exemplo aqui, e um outro também aqui, e claro, também este aqui), mas que infelizmente recebem da cidade um cartão de visita um bocadinho desagradável. Para além da notória falta de acessos cicláveis para certas zonas da cidade localizadas fora do perímetro da área pedonal, não existem estacionamentos para bicicletas.
Os turistas - e os bracarenses, já agora - lá se desenrascam como podem: ou vão lanchar ou visitar à vez os monumentos, enquanto alguém fica a guardar as bicicletas; ou tentam prender de forma bastante insegura e inestética as bicicletas a candeeiros ou gradeamentos; ou entao, deixam o cão a guardar as bicicletas. Foi o que vi acontecer estes dias, na Sé de Braga. Como não havia estacionamentos para prender as bicicletas à porta da Sé, esta família terá deixado o cão a tomar conta das suas bicicletas enquanto visitavam o interior da catedral.
É pena que a nossa cidade ainda não esteja ainda preparada para receber de forma adequada os turistas que a visitam, em aspetos tão básicos como este...
A Magda, que mora no centro histórico de Braga, usa a bicicleta regularmente para passear pelo centro bem como para algumas deslocações de cariz mais prático, como por exemplo ir às compras.
O Óscar é investigador em Informática na Universidade do Minho e vai diariamente de bicicleta da zona de Infias, onde mora, para o Campus de Gualtar. Na bagageira da sua bicicleta, cabe o seu computador portátil e muitas outras coisas úteis para o seu dia-a-dia. Para além de ir para o emprego de bicicleta, utiliza também este meio de transporte para a maior parte das suas deslocações, de tal modo que chega a passar grandes temporadas sem chegar a pegar no seu carro.